IMPÉRIO DE CRIMINOSOS? ATÉ QUANDO?

– Às vezes tenho a impressão que todos nós estamos em um Titanic sem timoneiro, a deriva em meio a um mar turbulento. Essa impressão fica reforçada quando vejo criminosos de todos os níveis sociais que praticaram crimes hediondos, tais como tráfico de drogas, homicídios qualificados, seqüestros e estupros sendo beneficiados pelo próprio Estado.

– A empresária Carmem Ulzefer acusada por homicídio doloso e quinze tentativas de homicídio já está devidamente solta, amparada pela nova lei (LEI Nº 11.464, DE 28 DE MARÇO DE 2007). Responderá em liberdade por seus crimes e a sentença final poderá levar décadas. Os criminosos que ceifaram a vida do menino João Helio, também poderão recorrer. Milhares de criminosos terão o amparo legal do Estado de Direito, por meio de uma lei gerada por um Congresso, cuja confiabilidade pela população é de apenas 1,1%, de acordo com os dados constantes na revista “IstoÉ” de 18/04/07.

– Aparentemente os nobres deputados não tiveram tempo para ler o enunciado da lei que casualmente era muito defendida hieráticamente pelo ex ministro de Justiça Thomaz Bastos. O deputado Onyx Lorenzoni que é líder dos Democratas na Câmara argumentou: “ESSA MUDANÇA É OBVIAMENTE UM RETROCESSO NA NOSSA INTENÇÃO DE ENDURECER A LEGISLAÇÃO. PASSOU SEM QUE FOSSE PERCEBIDA”. Esse parlamentar pode até explicar, mas jamais poderá justificar um resultado tão afrontoso que beneficia criminosos de alta periculosidade, aumentando ainda mais a descrença nos políticos e na própria Justiça.

-A dor pela perda de um ente querido cometido com dolo e requintes de perversidade por um psicopata será carregada pela vida inteira.

– Agora, o pior de tudo é ver o criminoso responder em liberdade e com um processo que poderá levar muitos anos para a sentença final. Ver o acusado por crime hediondo com boas condições financeiras bancando os advogados criminalistas, muitas vezes com dinheiro de origem duvidosa, que simplesmente farão uso das leis já aprovadas pelos políticos, juntamente com as dezenas de recursos que irão atrasar ainda mais a sentença final. Ver o criminoso levar a sua vida como se nada tivesse acontecido, fazendo faculdade, virando empresário, contando sempre com a condolência do Estado.

-E quem se lembra da agonia, da dor, da condenação por uma vida inteira, daqueles que perderam seus parentes nas mãos de assassinos cruéis? Dificilmente o Estado irá se preocupar com essas pessoas.

-Quando olho o descalabro da violência grassando, não só em Manaus, mas em todo o território nacional, a falta de perspectiva de milhares de jovens, a corrupção deslavada, criminosos sendo eleitos pelo voto de pessoas ignaras e sem virtudes, eu fico me perguntando até quando o Titanic irá resistir? As leis penais teriam que ser espelhadas nos Estados Unidos e Inglaterra? Qual a saída para a nossa curta Democracia com um povo ignaro, amedrontado pela violência e pela falta de humanização?

– Neste contexto caótico, onde estão perdendo o fio da civilização, eu gostaria imensamente de que as palavras em estilo escorreito do prestimado corifeu Dr. Rui Barbosa fossem apenas vãs palavras de um passado distante e corrupto:

” DE TANTO VER TRIUNFAR AS NULIDADES, DE TANTO VER CRESCER AS INJUSTIÇAS, DE TANTO VER O PODER AGIGANTAR-SE NAS MÃOS DOS MAUS, DE TANTO VER PROSPERAR A DESONRA, DE TANTO VER A VERDADE VENCIDA PELA MENTIRA, DE TANTO VER PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS, DE TANTO VER O POVO SUBJUGADO E MALTRATADO, O HOMEM CHEGA A DESANIMAR-SE DAS VIRTUDES, E RIR-SE DA HONRA, E A TER VERGONHA DE SER HONESTO! ”

RUI BARBOSA – 1849/1923

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NEGLIGÊNCIA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE?

Manaus, AM, 08 de abril de 2007.

– Sempre tive uma preocupação com relação ao tratamento dispensado por médicos, enfermeiros e técnicos, pois afinal de contas, eles estão lidando com o bem mais precioso do ser humano: A VIDA.

– Graças à perspicácia da minha esposa, várias vezes ela conseguiu detectar a negligência médica que colocava em risco a saúde de integrantes da nossa família.

– Em um trabalho que realizei sobre ‘‘Erro Médico” em uma pós-graduação em Direito Civil no ano de 2000, fiquei estarrecido com o acentuado número de casos. Do ano de 2000 até a presente data a situação só vem piorando. Terminando um outro pós em 2006 em Metodologia do Ensino Superior, muitos Mestres e Doutores educadores mostraram a verdadeira realidade sobre a qualidade do ensino superior ministrado no Brasil. O quadro não é dos melhores e obviamente também atinge os profissionais da saúde. Os novos educadores (não aqueles que fazem “bico” no nível superior) terão uma tarefa hercúlea pela frente, rumo a transdisciplinaridade, mas boa parte dessas mudanças dependerá das famílias que governam este País a séculos.

– Na realidade esta situação deprimente é fruto de um conjunto de fatos, relacionados com a eterna corrupção que avassala a república. As falhas no sistema educacional que acabam reproduzindo o lado ruim de muitos profissionais, a falta de humanização, e a situação desesperada de alguns médicos que, algumas vezes, têm que escolher quem vai sobreviver ou quem vai morrer em hospitais públicos, onde falta até mesmo o básico para o tratamento das pessoas. Em alguns hospitais falta até mesmo uma simples garrafa de álcool. Tudo isto leva muitos desses profissionais a um alto grau de stress e falta de interesse pelos seus semelhantes.

– Pelo explanado acima, eu solicito que façam uma visita na pagina de Rosemari Kossmann Lutzer ( http://www.omissao.com.br/ ), pois a próxima vítima poderá ser você, alguém da sua família ou um amigo próximo.

– Com toda a certeza, o sofrimento da Rosemari e de seu esposo servirá de alerta para que todos nós possamos nos defender de profissionais médicos, enfermeiros de nível superior e técnicos de saúde negligentes, omissos, imperitos ou imprudentes.

– No meu blog tem alguns comentários postados dia 28/03 sobre o assunto Negligência – Imperícia – Imprudência, onde faço alguns comentários a respeito de casos reais.

– Desejo a todos um bom começo de semana e que todos estejam protegidos pelo Deus de seus corações.

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A BIOÉTICA E A CIÊNCIA

– Assistindo um documentário pela televisão, me chamou a atenção o lado nefasto de muitos cientistas e médicos que impuseram sofrimentos na humanidade em nome do capitalismo ou do socialismo. Acredito que nos últimos duzentos anos a ciência tem evoluído com rapidez comparada a uma fórmula de progressão geométrica, mas em termos morais a evolução é ínfima. Tem crescido na base da fórmula de uma progressão aritmética.

– É obvio que não podemos mais viver sem o amparo da Ciência. O futuro da própria humanidade está a depender das descobertas científicas.

– Até ai tudo bem, mas quando passamos a analisar o conteúdo ético e moral de muitas experiências, principalmente na área da medicina a situação não é tranqüilizadora, ao contrário é altamente preocupante.

– Graças as pessoas com um alto senso ético e moral fizeram e fazem denúncias de fatos que ofuscam e ofuscaram muitas democracias espalhadas pelo mundo, mas que, infelizmente, não são devidamente divulgados como deveriam de ser para a população em geral. Esses fatos mexem com a moral, que por sua vez é dependente da ética que acabou gerando a bioética.

– Mas afinal o que é ética, bioetica e moral?

– A definição de ética não é tão simples assim, pois ela pode ser encarada como um tipo de teoria sobre a prática moral. Prefiro ficar com a definição da Sua Santidade o Dalai Lama[1], que diz “é aquele que não prejudica a experiência ou a expectativa de felicidade de outras pessoas”. A moral na visão de Robert Henry Srour[2] seria um apanhado de valores e de regras de comportamento, um código de conduta que as coletividades adotam, quer sejam um país, uma categoria social, uma comunidade de cunho religiosa ou simplesmente uma organização. A bioética vem ocupar-se com os cuidados das particularidades e do conjunto de todos os seres vivos consigo mesmo, com os demais seres vivos e com a natureza que os cerca, pois busca solucionar e elucidar as questões éticas que surgem pelo progresso das tecnociências biomédicas.

A bioética tornou-se um campo de reflexão e do renascimento da própria ética para o mundo globalizado.

– Denúncias de experiências em humanos, sem falar dos animais, nos levam a uma profunda reflexão para estabelecermos leis justas em um momento crucial para o destino da humanidade. O homem manipula geneticamente os animais, as plantas, destrói as florestas, polui os rios, provoca desequilíbrios. A biodiversidade está entrando em colapso. A manipulação genética do próprio homem já é uma realidade. Os defensores da eugenia estão se saindo vitoriosos, por isto existe a necessidade de regras claras. Eu particularmente não quero um mundo povoado apenas de humanos loiros e de olhos azuis.

– Todos nós estamos sendo atingidos por esses fatores negativos. Temos o direito de sermos protegidos de cientistas negligentes e sem escrúpulos, que se vendem por um punhado de moedas ou passam a servir a ideologias fanáticas, religiosas ou não. A comunidade internacional já se movimenta para a elaboração de leis nessas áreas críticas. Algumas já estão em vigor, mas falta um consenso geral por parte de muitos países.

– As leis relacionadas com a bioética devem de ser revisadas e ampliadas constantemente, sempre priorizando a proteção do ser humano e jamais as corporações biomédicas. Não deve haver nenhuma imposição de caráter religioso, mas observado de perto pelas instituições religiosas. A ciência é a esperança da continuidade dos humanos no planeta e jamais deveria de ser uma ameaça à biodiversidade.

– Para encerrar, coloquei abaixo apenas alguns exemplos citados no livro “Bioética e Direito”[3], de como alguns países e corporações poderosas manipulam o ser humano. Isto é apenas uma pequena parte do “iceberg”. Verdades vergonhosas que procuram esconder.

1) “De 1907 a 1948, mais de 50 mil pessoas, em sua maioria adolescentes, foram esterilizadas nos Estados Unidos por terem sido consideradas fracas de espírito, epilépticas, delinqüentes sexuais ou criminais”;

2) “A Suécia, entre 1935 e 1976, manteve um programa secreto de esterilização compulsória de pobres, doentes ou etnias impuras. Tal fato se deveu à redução dos gastos do sistema de seguridade social constituindo uma raça pura”;

3) “Na Suíça, Noruega, Finlândia seguem o mesmo exemplo acima e a Dinamarca, impõe uma lei a esterilização em mulheres com Q.I. inferior a 75”;

4) “Entre 1932 e 1972, trezentos e noventa e nove negros portadores de sífilis, em sua maioria pobres e analfabetos serviram, sem saber, de cobaias humanas aos serviços de saúde governamentais que queriam estudar a progressão da doença com ausência de cuidados”;

5) “Em 27 de agosto de 1997, o governo americano divulgou relatório onde afirma que o Pentágono realizou 2.389 experiências com material radioativo em humanos desde 1944”;

6) No Brasil fizeram a aplicação ilegal em 3.103 mulheres dos anticoncepcionais Norplant R. e Norplant II, ocasionando forte sofrimento em um vasto número de brasileiros por um laboratório nova-iorquino e fabricado pelo Leiras Pharmaceutical da Finlândia”;

7) Em junho de 1997 uma revelação sobre o assunto chocou a Austrália. Crianças pobres e filhos de mães solteiras foram usadas em testes de vacinas de herpes, coqueluche, gripe e outras doenças, por vinte e cinco anos, entre 1947 e 1970.


[1] LAMA, Dalai. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000, p. 58.

[2] SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: posturas responsáveis nos negócios, na política e nas relações pessoais. Rio de Janeiro: Campus, 2000, p. 29.

[3] Vieira, Tereza Rodrigues. Bioética e Direito – São Paulo – Editora Jurídica Brasileira – 1999.

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NEGLIGÊNCIA, IMPERÍCIA OU IMPRUDÊNCIA DE MÉDICO?

Manaus, AM, 28 de março de 2007.
– Muitas vezes vemos pelos veículos de comunicação de massa as denúncias escabrosas do tratamento dispensado pelos bacharéis da área da saúde, não só em Manaus, mas pelo Brasil a fora.
– De repente, quando menos se espera, estamos envolvidos em situações de emergência médica. É nesses momentos que nos deparamos com a triste realidade da saúde prestada, seja pública ou paga a peso de ouro, apesar de que a pública é cara, pois todos nós pagamos os impostos mais altos do planeta e o retorno é uma vergonha nacional.
– No dia 24/03 levei um colega professor no pronto socorro da UNIMED. Na admissão constataram um estado febril de 39,9°C . A médica que atendeu não fez a ausculta necessária e limitou-se a ver a garganta do colega. Imediatamente prescreveu antibiótico e o dispensou. Tudo isto na minha presença.
– No dia 26/03 a febre continuava e seu organismo se debilitava a cada hora, não respondendo ao tratamento prescrito. Nesse mesmo dia ele retornou ao pronto socorro da UNIMED e um outro profissional lhe atendeu. Prescreveu novos medicamentos e, incrível, não fez a ausculta novamente.
– No dia 29/03 retornou pela terceira vez ao local de atendimento, pois já não tinha mais forças nem para caminhar. Um outro médico lhe atendeu e fez uma descoberta que os seus colegas medíocres ou desumanos não constataram: estava com um quadro de pneumonia acelerada. Foi baixado na enfermaria de imediato.
– Felizmente, com o tratamento certo ele ficou alguns dias internado e já esta de alta.
– Para continuar, ontem levei o meu filho ao Hospital Geral Militar no setor de emergência, pois estava prostrado, com muita cefaléia e um avançado estado febril de 38,5°C .
– O profissional que lhe atendeu fez uma meia ausculta e sem a iluminação correta conseguiu verificar, com os seus bons olhos, que a sua garganta estava infectada. Prescreveu um antitérmico e um medicamento para combater renite alérgica, o qual se mostraria ineficaz e dinheiro perdido.
– À noite a febre não cedia e no clarear do dia retornamos ao hospital, no setor de emergência, no qual ficamos mais de hora e meia para que ele fosse atendido. Muito tempo para um setor de atendimento de emergências. É sabido que por detrás de uma dor de cabeça repentina e com febre alta pode estar se desenvolvendo um quadro deletério e que o atendimento rápido pode ser a diferença entre morrer ou viver.
– Desta vez, felizmente, um outro profissional competente e não negligente fez o diagnóstico correto prescrevendo os medicamentos certos.
– Fiz a denúncia verbal da demora do atendimento ao Ouvidor do Hospital, o qual alegou falta de profissionais, que ao meu ver não justifica, pois tudo é pago pelo contribuinte e o certo seria contratar profissionais para suprir as deficiências. Suspeito que o numerário arrecadado esteja sendo contingenciado pela União, mas aí já é uma outra história onde os lesados seriam os usuários do sistema de saúde do Exército.
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– Fazendo uma análise dos fatos ocorridos verifico a existência de muitas deficiências que acometem esses profissionais da saúde. A principal é a desumanização para com os pacientes, vistos simplesmente como “res”[1] para alguns. Outros cometem erros crassos e uma minoria(?) parece que desenvolveram uma qualidade duvidosa: Atendem por telepatia.
– Boa parte desses erros médicos como a negligência, a imperícia e a imprudência começam já na faculdade. Os acadêmicos depois de formados acabam reproduzindo a má preparação com reflexos em suas atividades diárias. As conseqüências são vistas diariamente pelas mídias em geral dentro da nossa sociedade, principalmente pela classe proletária e pelas hordas de miseráveis.
– Os erros médicos, nos últimos anos, estão aumentando em progressão geométrica e o corporativismo é exacerbado entre eles, mas pode ser derrotado com boa técnica.
– Convém frisar que as falhas por desleixo e falta de atenção, ou em casos nos quais o médico não oferece os devidos cuidados ao paciente é caracterizado como NEGLIGÊNCIA. Que quando o médico realiza um procedimento para o qual não foi preparado fica caracterizado a IMPERÍCIA. Que quando o médico assume riscos que colocam em perigo o paciente, sem que exista amparo científico para essa decisão fica caracterizada a IMPRUDÊNCIA. São crimes a princípio culposos e tipificado no Código Penal pátrio, além de outros que podem chegar ao dolo.
– ACONSELHO A TODOS QUE SOFRERAM OU SOFREM POR ERROS DE MÉDICOS DE BUSCAREM A JUSTIÇA. NUNCA DESISTIREM DE OPOREM UMA AÇÃO JUDICIAL COMPETENTE E DIVULGAR NA MIDIA O OCORRIDO. AINDA TEMOS NO JUDICIÁRIO PESSOAS DECENTES, ÉTICAS, MORALISTAS E HUMANAS QUE ESTARÃO SEMPRE AGINDO COM EQUIDADE JUSTA.
– Em caso de erro médico, angariar provas e testemunhas, documentos em geral, ao fazer algum documento endereçado ao médico sempre em duas vias, sendo a segundo via assinada pelo recebedor, fazer o registro policial, encaminhar a denúncia ao CRM. Procurar as orientações de um bom ADVOGADO, desde que não seja negligente, imperito ou imprudente.
– Para encerrar fico me lembrando das palavras de Gandhi que chegou a ser advogado:
“A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal deve ser reprimida com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência”.

[1] “Res” é do latim e significa “coisa”.

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A TODAS AS PESSOAS SENSÍVEIS QUE AINDA ACREDITAM EM UM MUNDO MELHOR.

– A disputa pela posse da terra entre índios e brancos nos Estados Unidos , a pouco mais de um século, gerou um dos mais incisivos e belos documentos em defesa da preservação da vida de que se tem notícia. É uma carta escrita pelo índio Seattle, cacique da tribo Duwamish, ao então presidente dos Estados Unidos, Franklin Pierce, em 1855.
– A carta permanece como um alerta para os que comandam o destino do planeta, onde muitos países continuam agindo como os bárbaros da antiguidade. Por onde passam só deixam o rastro da morte, da miséria, da dor e da devastação do planeta em nome do consumismo capitalista. A carta é uma profecia para o triste futuro que nos aguarda se não modificarmos a nossa maneira de aigr e pensar com sabedoria.
– Além do mais, a esperança a cada ano se dilui com o capitalismo predador materialista dos que sugam as energias do nosso mundo para manter e impor o modelo de vida dos países ricos e com um grande número de excluídos.
– Ou mudam a conduta dissonante com os princípios do Grande Arquiteto do Universo, ou será o fim da breve história dos humanos no planeta Terra.
– Vamos à carta:

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“O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar a nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isso é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa da nossa amizade. Vamos, porém pensar em sua oferta, pois sabemos que, se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra.
– O Grande Chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas – elas não empalidecem.
– Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é-nos estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo. Cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.
– O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto, vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, a grande águia… são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos das campinas, o calor que emana do corpo de um mustang e o homem – todos pertencem à mesma família.
– Portanto, quando o Grande Chefe de Washington manda dizer que deseja comprar a nossa terra, ele exige muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que irá preservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto vamos considerar a tua oferta de comprar a nossa terra. Mas não vai ser fácil, não. Porque esta terra é para nós sagrada.
– Essa água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás que ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumor da água é a voz do pai de meu pai. Os rios são irmãos, eles aplacam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.
– Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo do que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora.
– Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecida a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança.
– Ele trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelhas ou miçangas cintilantes. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto. Não sei. Nossos modos diferem dos teus.
– A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isso seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende. Não há um sequer lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das asas de um inseto.
– Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende. O barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiros.
– O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum; os animais, as árvores, o homem. O homem branco parece não perceber o ar que respira, ele é insensível ao ar fétido.
– Mas se te vendermos nossa terra terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O ar que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu ultimo suspiro. E, se te vendermos a nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores campestres.
– Assim, pois, vamos considerar tua oferta para comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição. O homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento.
– Sou selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão. Nós, os índios, matamos apenas para sustentar as nossas próprias vidas.
– O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, porque tudo quanto acontece aos animais logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. Tudo que fere a terra fere também os filhos da terra.
– Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados. Para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.
– De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence a terra. Disso temos certeza Todas às coisas estão interligadas, como o sangue une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra agride os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida, ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si próprio fará.
– Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam muito tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias, eles não são muitos. Mais algumas horas, até mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que vivem nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques sobrará para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
– De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez um dia venha a descobrir. O nosso Deus é o mesmo Deus. Julgas, talvez, que podes possuir da mesma maneira como desejas possuir a nossa terra. Mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira. E quer bem igualmente ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. E causar dano à terra é demonstrar desprezo ao seu Criador.
– O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua poluindo a tua cama, e hás de morrer uma noite, sufocado nos teus próprios dejetos.
– Depois de abatido o último bisão e domado todos os cavalos silvestres, quando as matas misteriosas federem a gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios faladores (telefones) – onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águas? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça, o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
– Talvez compreenderíamos se conhecêssemos com que sonha o homem branco. Se soubéssemos quais as esperanças que transmite aos seus filhos nas longas noites de inverno. Qual visão do futuro oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós, e por serem ocultos temos de escolher o nosso próprio caminho.
– Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último índio tiver partido e sua lembrança não passar de sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nessas florestas e praias porque nós as amamos, como o recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe.
– Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos , protege-a como nós a protegíamos. Nunca te esqueça como era essa terra quando dela tomar posse. E com toda a tua força e teu poder e todo teu coração, conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus ama a todos. De uma coisa sabemos: O nosso Deus é o mesmo Deus, essa terra é por ele amado e nem o homem branco pode evitar esse nosso grande destino comum”.
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OS QUATRO MITOS DA EDUCAÇÃO

– A revista Veja de 7 de março de 2007 publicou um artigo interessante sobre “Os quatro mitos da escola brasileira” do escritor Sr. Gustavo Ioschpe, onde ele tenta desmistificar certos mitos tidos como paradigmas imbatíveis. Em alguns pontos ele realmente tem razão, mas em outros não.

– 1º MITO: O PROFESSOR BRASILEIRO É MAL REMUNERADO – Acredito que o Sr. Gustavo não está a par de determinadas características da vida de um professor brasileiro do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

– Estuda-se mais de 18 anos para se conseguir terminar um curso de nível superior. Se a pessoa pertencer a classe proletária, a situação piora, pois a maioria terá que ir para uma faculdade privada (maioria nesse país, em torno de 70%) e muitas vezes de péssima qualidade. É dessas IES privadas que formaram e estão formando a maioria dos professores para o Ensino Fundamental e Médio e que podem reproduzir lado ruim das falhas educacionais..

– Após conseguir uma vaga em algum estabelecimento escolar, o tempo de trabalho diário de um professor, na realidade, acaba perfazendo bem mais do que as quarentas horas referidas pelo Sr. Gustavo. Ele não computou as longas horas para a elaboração e correção de avaliações com qualidade, o preparo de uma boa aula, além de outros detalhes, como salas de aula com mais de 50 alunos.

– Concordo que é um erro comparar o salário de um professor com a dos professores do primeiro mundo, pois temos que analisar o PIB e uma série de detalhes, inclusive culturais.

– A realidade é que a remuneração que um professor ganha no Brasil, não supre as necessidades básicas. Vejamos: No Amazonas se ganha em torno de R$ 1200,00 por quarenta horas. Com esse salário terá que cobrir os gastos de aluguel ou prestação de casa própria. Terá que morar em favelas ou em bairros distantes. Uma parte desse dinheiro terá quer ir para a alimentação, transportes e ainda terá que sobrar para o lazer, higiene, educação e sem falar do pagamento de altas taxas e impostos para o Estado. Faço uma sugestão para o Sr Gustavo: O Senhor ficaria um ano vivendo apenas com esse salário na cidade de São Paulo ou Rio de Janeiro, inclusive sustentando a sua família. Acredito que teria então subsídios reais de aprimorar a sua idéia sobre o assunto.

– A título de curiosidade, no Paraná, em Londrina em 2003, houve um concurso para 17 vagas de coveiro para trabalhar no cemitério municipal. O Salário variava de R$ 650,00 a R$ 1204,00 e o nível exigido era o fundamental incompleto. Houve 17 mil inscritos, 28 cursavam o nível superior e três já possuiam o diploma universitário.

– Muitos professores para terem uma melhora em seus salários acabam lecionando na parte da manha em um colégio, na parte da tarde em outro e a noite em outro. É obvio que o profissional terá problemas de saúde, não poderá se qualificar. Alguns desistem da nobre arte de lecionar e partem para outros caminhos. Os alunos e a sociedade são os grandes perdedores. Repito novamente que são mais de 18 anos de estudos para se conseguir esse salário de R$ 1200,00 no Amazonas. Em muitos Estados do Brasil essa quantia é mais baixa ainda e em alguns casos até de R$ 500,00 ou menos. Seria interessante verificar qual a classe social dos professores predominante nas salas de aulas. Será que a maioria pertence a classe “A”?

2º MITO: A EDUCAÇÃO SÓ VAI MELHORAR NO DIA EM QUE OS PROFESSORES RECEBEREM SALÁRIO MAIS ALTO – Concordo com o Sr. Gustavo que o aumento do salário, por si só, não iria trazer melhorias no ensino, mas seria em conjunto um dos agentes que iria auxiliar no processo da qualidade do ensino e no contínuo aperfeiçoamento dos professores, pois estes teriam mais recursos financeiros para gastar com livros, seminários, cursos, palestras, etc. Esse aperfeiçoamento é necessidade premente para a “Era do Conhecimento” e quem sabe até para a salvação desse triste país mergulhado em corrupção crônica desde a época da invasão pelos portugueses em 1500.

– Com mais dinheiro no bolso e pressionado por um processo de qualidade educacional correto, sem interferência de BIRD, FMI, BANCO MUNDIAL, todos ligados ao “Consenso de Washington”, o professor iria chegar à sala de aula sabendo ensinar bem melhor. Ou será que não temos competência suficiente para seguirmos sozinhos sem a interferência desses agentes internacionais?

– 3º MITO: O BRASIL INVESTE POUCO DINHEIRO EM EDUCAÇÃO. – O Sr. Gustavo acha que o dinheiro é suficiente e até demais. Realmente o Sr. Gustavo não deixa de ter alguma razão se compararmos, por exemplo, o Brasil com a potência China que aplicou em 1997 apenas 2,3% do PNB de US$ (bilhões) 1.055,00 e aplicou em torno de US$ 20,00 por habitante/ano. A Índia que aplicou em 1997 apenas 3,3% do PNB de US$ (bilhões) 357,00 e gastou em torno de US$ 12,00 por habitante/ano enquanto que o Brasil aplicou 4,7% do PNB de US$ (bilhões) 784,00 e gastou US$ 225 por habitante/ano. Índia e China são países superpovoados e aplicam muito pouco em recursos para a educação, mas pelo visto o retorno para esses países é digno de aplausos, pois já estão inseridos como novas potências mundiais.

– A riqueza do Brasil dá margens para que se gaste bem mais em educação. Que tal uns 8% do PIB igual ao da Suécia? Daria certo? Provavelmente não, pois o histórico de corrupção que parasitou a Colônia, o Império e parasita a República com os seus sucessivos governos jamais iria permitir decência na melhoria da educação. Para aplicar bem aquilo que o Brasil gasta em educação teria que ter medidas duras para o combate dos criminosos de colarinho branco semelhante ao que ocorre nos EUA e China, mas pelo visto isto é uma utopia no Brasil. Isto me faz lembrar até de um antigo livro que estava no “index” do Estado há alguns anos atrás de autoria de Ignácio Loyola Brandão: “Não verás país nenhum”, apesar de que nessa época o Brasil era a 8ª economia do mundo. O que será que houve para perder tanto terreno assim?

– Portanto o Sr. Gustavo tem toda a razão: O dinheiro realmente é mal aplicado. A pergunta que fica é até quando nós, os “desengravatados”, teremos que agüentar, já que o gigante está deitado eternamente em berço esplêndido?

– 4º MITO: A ESCOLA PARTICULAR É EXCELENTE. – O Sr. Gustavo acha que não é bem assim e ele tem toda a razão. No último Exame Nacional do Ensino Médio, pelo visto foi um verdadeiro desastre, apenas duas escolas das 21.000 entre particulares e públicas se destacaram. As privadas foram ligeiramente um pouco melhor que as públicas, mas ambas muito abaixo do que teriam que ter obtido. Em 1º lugar, o Instituto Dom Barreto em Teresina/PI (um dos Estados mais pobre do Brasil) que é uma instituição privada e em 36º lugar a Escola Politécnica Joaquim Venâncio situada no Rio de Janeiro/RJ que é pública, na qual os alunos permanecem em torno de oito horas em sala de aula.

-A escola Dom Barreto simplesmente copiou com sucesso o ensino de qualidade ministrado na Finlândia e Correia do Sul. Aplicou em seus professores que ganham salários acima da média, estão em contínuo processo de aprimoramento, os alunos ficam mais tempo na escola (oito horas aproximadamente), entre outros ganhos para a qualidade. O recado está dado ao Estado que vive atrás de fórmulas mágicas há décadas. É só verificar o que deu certo e copiar. Será que interessa ao Estado e para a Nova Ordem Mundial?

– Para as escolas públicas o quadro é desalentador para a maioria, já que há décadas as autoridades governamentais brasileiras tentam achar a tal de formula mágica do bom ensino. Mesmo com o apoio da USAID (Agência para o Desenvolvimento Internacional), que depois de 45 anos esta deixando o Brasil, e dos conselhos do “Consenso de Washington”, ainda não conseguiram lograr êxito.

– Antes que me esqueça, algumas poucas escolas técnicas federais conseguiram algum destaque. O Estado pode ter descoberto a fórmula mágica para o sucesso, mas não a aplica de maneira geral. A pergunta é a quem interessa tudo isto? Não seria interessante o Estado se aprofundar no belo exemplo da escola Dom Barreto do Piauí?

– SE ALGUÉM QUISER SE APROFUNDAR NO ASSUNTO INDICO OS SEGUINTES LIVROS E SITES:

* FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR – ESTADO X MERCADO – AUTOR : NELSON CARDOSO AMARAL. * DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR – AUTOR SELMA GARRIDO PIMENTA/LÉA GRAÇAS CAMARGO ANASTASIOU. * GUERRA CIVIL – ESTADO DE TRAUMA – AUTOR: LUIS MIR. * EDUCAÇÃO E A CRISE DO CAPITALISMO REAL – AUTOR: GAUDÊNCIO FRIGOTTO. * A FUGA DA UNIVERSIDADE DE SUAS RESPONSABILIDADES – AUTOR: JORGE GREGÓRIO DA SILVA –MANAUS – BK Editora – FSDB. * A IGNORÂNCIA CUSTA UM MUNDO – AUTOR: GUSTAVO IOSCHPE. * CARTA DE TRANSDISCIPLINARIDADE. Disponível em www.unipazrj.org.br/transdisciplinaridade.htm . * PRESENÇA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA Disponível em: www.fisica.uel.br/SBPC_LD/unipub.html

“O conhecimento dos livros traz cultura, o de si mesmo traz sabedoria. A cultura pode ser manipulada por interesses de ego, poder e dinheiro; a sabedoria jamais”.

(Ricardo Chioro)
“Desistir de aprender é egoísmo. Este é um ditado que eu gosto muito. Quando acalentamos o desejo de aprender mais, nossas vidas estarão repletas de genuína vitalidade e brilho”.
(Daisaku Ikeda).
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A REVOLUÇÃO DEVE PARTIR DA EDUCAÇÃO

– Conversando informalmente com alguns colegas educadores acabamos por descobrir situações até mesmo patéticas com relação ao nível de alguns acadêmicos.

– Em um determinado momento foi comentado por um colega que um dos seus alunos no sexto período da área de exatas não sabia fazer o elementar em uma multiplicação de dois números negativos (o sinal fica positivo).
– Um outro colega comentou que tinha descoberto um acadêmico, no terceiro período de veterinária, que tinha dificuldades sérias em escrever e de leitura, suas notas deixavam claro a sua dificuldade. O colega se perguntava como que o aluno tinha chegado ao terceiro período.
– Comentei que quando lecionava para o Ensino Médio me deparei com um número expressivo de alunos que tinham graves dificuldades em interpretar e expor suas idéias. Alguns não passavam de analfabetos funcionais e estavam concluindo o terceiro ano do Ensino Médio. Qual o futuro desses jovens? Quem foram seus professores? De minha parte eles aprenderam a História do Brasil e as consequências geradas pela má gestão desde a invasão dos portugueses até os dias atuais com todas as repercussões sociais e econômicas que influenciaram e influenciam ainda a vida dos meus alunos e de seus familiares. Pelo menos eles desenvolveram consciência do que é cidadania.
– Em uma pesquisa que realizei há alguns meses atrás em forma de questionário para acadêmicos e professores me deparei com respostas pobres e erros crassos de português por parte de acadêmicos e até mesmo de professores. Tive que ignorar uma boa parte, pois não deu para aproveitar muito.
– Essa situação mostra o quadro dantesco que vem se desenrolando a décadas no Ensino Superior e no Ensino Médio, não só nos Estados do Norte, mas em todo o Brasil, inclusive no Sul rico, valendo tanto para as instituições públicas como para as privadas as quais, infelizmente, são a maioria neste triste país.
– Qual seria a solução para o caos e o atraso crônico da educação no Brasil? Na minha modesta opinião, teria que haver a duplicação dos atuais 4% do PIB para, digamos, uns 8%. Isto colocaria o Brasil apenas a nível da Suécia e acima dos EUA, Japão, França, Reino Unido e outros países do chamado primeiro mundo.
– Obviamente que essa solução teria que estar atrelada a outras como, por exemplo, o aprendizado contínuo do educador para que possa orientar e auxiliar nos graves problemas sociais e ambientais que o mundo atravessa; a mudança no comportamento degenerado da maioria dos políticos brasileiros é de extrema importância para a consecução de uma boa qualidade para o ensino de todos os níveis; um salário expressivo para os educadores que teriam dedicação integral à educação e à pesquisa e uma RSU[1] (Responsabilidade Social Universitária) abrangente e contundente para as Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e principalmente para as privadas.
– Penso em um Brasil mais justo, com desconcentração de rendas, com políticos decentes e uma educação de qualidade, equilibrada na transdisciplinaridade, mas quando se vê a geração de meninos e meninas de 12 anos matando seus próprios parentes, se prostituindo ou sendo arrastados no asfalto até a morte por outros meninos e meninas eu vejo a distancia de termos uma educação ética/moral/social/ambiental frente mazelas da globalização.
– Sinto que a queimação de livros pode voltar com regimes totalitários e que a inquisição continua viva, basta olhar pessoas sendo torturadas e algumas até queimadas por grupos de criminosos cada vez mais fortalecidos à medida que o Estado anêmico se encolhe e segue as diretrizes da Nova Ordem Mundial. Tenho receio de que o “Nacional Socialismo” esteja mais vivo do que nunca e que a história do escritor Goerge Horwell na sua polêmica obra intitulada “1984”[2] ou na obra de Fahrenheit 451[3], do escritor Ray Bradbury estejam se concretizando, pois os “sinais” já estão nas mídias em geral e na própria globalização. Só não vê quem é cego ou quem já está dominado mental e espiritualmente pelo Big Brother globalizante.
– Por tudo isto, apenas com uma revolução que parta de uma educação transdisciplinar (Carta de Transdisciplinaridade – Disponível em http://www.suigeneris.pro.br/edvariedade_cartrans.htm) alicerçada na utopia da esperança, da justiça, da solidaridade, do amor, da felicidade, da práxis ética e amorosa coletiva é que atingiremos a maturidade social justa. Na situação atual só nos resta fazer o papel de um “beija flor”. Vamos aumentar a resistência a esse totalitarismo global e insano, pois o futuro dependerá daquilo que semearmos agora.
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[1] De acordo com Vallaeys (2006), a RSU exige, numa visão holística, articular as diversas partes da Instituição em um projeto de promoção social com princípios éticos e de desenvolvimento social, eqüitativo e sustentável, para a produção e transmissão de saberes responsável e pela formação de cidadãos igualmente responsáveis (Revista da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior. N. 36 DE JUN.2006).

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QUAL É O TEU GRAU INTERIOR?

– Ganhei esta mensagem de um nobre amigo lá pelos anos 70 e apesar do tempo ainda me acompanha, pois a sua essência não envelhece jamais. Mostra um pouco do interior das pessoas. E por mais que tentem esconder o seu lado interior ele acaba sendo revelado. O pensamento molda o interior das pessoas. Todo o cuidado é pouco, pois ele gera consequências.

O Teu Grau Real Interior

Suas decisões, nas horas graves, identificam a posição real do grau espiritual que você possui.

Seus gestos, na luta comum falam do seu clima interior.

Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.

Seus pensamentos revelam as suas companhias espirituais.

Suas leituras definem os seus sentimentos.

Seu trato pessoal para com os seres da natureza esclarece até que ponto você tem progredido.

Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo

(Autor anônimo)

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* A flor colocada acima é o lótus nasce e sobrevive no meio do lodaçal fétido dos pântanos. Deveriamos de ser como a flor de lótus, que nasce e sobrevive no meio do lodaçal fétido dos pântanos e nem por isso é conspurcada, mantendo a sua pureza e as suas virtudes incólumes. (Vilsemar)
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O SACRIFÍCIO DO MENINO JOÃO – ATÉ QUANDO?

Manaus, AM, 20 de fevereiro de 2007.

BOA TARDE!

– Não poderia de deixar de escrever algo, pois a indignação falou mais alto.
– A minha desilusão com o Estado de Direito (Baderna?) a que estamos imersos aflorou ainda mais quando tomei conhecimento da morte do menino João Vieites de apenas 6 anos, de maneira tão ignóbil e por conseguinte o descaso que o Estado faz a décadas, através dos seus representantes eleitos pelo povo com discursos eloqüentes que a maioria jamais colocará em prática, pois muitos não passam de pessoas vazias e egoístas que irão na primeira oportunidade dilapidar o erário público.
– Por isso não devemos nos preocupar muito com a leis já existentes e sim pressionar para que sejam aprimoradas, mas devemos estar alertas com aquelas que irão surgir, principalmente com as pessoas que as estão redigindo.
– Agora é necessário a movimentação da sociedade, pressionando de maneira contundente os governantes, para por fim em médio prazo a barbárie de uma guerra civil não declarada no Estado Rio do Janeiro que aos poucos se espalha por outros Estados. Uma das soluções seria através de uma educação pública em tempo integral com alta qualidade nos três níveis, com muita ética, disciplina, boas perspectiva de futuro para os jovens e tolerância zero para com os criminosos independente de classe social. É premente também a revisão das leis penais e a instituição de outras (prisão perpétua?), pois esses criminosos, de aparência humana, independente da classe social a que pertençam, em pouco tempo estarão soltos pelas ruas das cidades assaltando, matando, estrupando e muitas vezes protegidos por leis injustas porém legais criadas por um Estado anêmico e complacente com criminosos como se bem vê pela mídia.
– Me solidarizo com mais essa família, cujo filho de seis anos foi ceifado de maneira tão brutal e infelizmente, de uma certa maneira, com o apoio do próprio Estado que teria que lhe ter dado toda a segurança possível, pois somos o povo do planeta que mais paga impostos. Perdemos um futuro bom cidadão e os seus assassinos continuarão irrecuperáveis e dando continuidade a sua trajetória predatória junto a sociedade desamparada. Até quando teremos que agüentar esse estado de caos? Nesta tragédia infame onde estão os direitos humanos para a família do menino João? Os direitos humanos deveriam de se preocupar não apenas com os socialmente dejajustados (criminosos), mas principalmente com as vitímas que irão levar sequelas para o resto de suas vidas.

(Revista Veja, “Sem limites para a barbárie” 14/02/2007)
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EDUCAÇAO DE QUALIDADE. QUANDO?

– Na abertura deste blog, iniciamos com uma matéria sobre educação superior, deixando desde já o alerta que sem educação de qualidade não teremos país nenhum.

– No Brasil, o obstinado e crônico atraso do sistema educacional brasileiro é histórico e tem sido reconhecido, analisado e discutido há mais de seis décadas com poucos resultados. A questão da educação no Brasil já suscitou muitas controvérsias, discursos e debates visando, supostamente, a sua melhoria. O governo fala em melhoria da qualidade de ensino e adota medidas sucessivas para a sua concretização, mas quando a sociedade se depara com a realidade dos docentes, discentes e das IES públicas/privadas e ensino médio a situação é muitas vezes deprimente. A quem tudo isto interessa?

– O resultado divulgado do ENEM pelo MEC em janeiro de 2007 mostra a calamidade da educação no Brasil. O resultado é o pior desde 2002. (Revista Veja. Rumos da educação – ed. 1995 p. 9, de 14/02/2007).

– Abaixo colocamos uma pequena entrevista com a aguerrida educadora Dra. Taffarel, uma mulher guerreira e de visão ampla que alerta para alguns dos males educacionais que afetam o nosso país.

“ENSINO SUPERIOR PÚBLICO: UM PROBLEMA DE TODOS”

– Muitas vezes tenho que responder questões que me são formuladas por pesquisadores das mais diferentes regiões do país que estão investigando o ensino superior. Algumas destas respostas compartilho com colegas, estudantes, docentes e demais pessoas da comunidade com quem mantemos trabalhos conjuntos – Movimentos Sociais, Escola pública, Pesquisadores em Rede , etc – para serem submetidas a critica. O presente texto visa justamente isto, submeter a critica, tanto as perguntas formuladas pelo colega José Vilsemar da Silva, de Manaus, bem como, as respostas que formulei a tais perguntas. Com isto quero defender a tese de que o problema da educação Superior no Brasil é um problema da sociedade em geral e que do enfrentamento e das respostas adequadas deste problema depende não somente o futuro de jovens mas também, o futuro de nossa nação brasileira que queremos independente, soberana, digna e feliz no conjunto de nações latino americanas e mundiais.

– Seguem as respostas.

Nome do educador(a): CELI NELZA ZULKE TAFFAREL

Faculdade/Universidade: Departamento III LEPEL/FACED/UFBA –

Data: 07 de maio de 2006.

– Respostas as questões formuladas por José Vilsemar da Silva – Aluno do Curso de Pós-Graduação em Metodologia do Ensino Superior da Faculdade Salesiana Dom Bosco de Manaus/AM.

1) QUAIS AS PRINCIPAIS DIFICULDADES E DESAFIOS DO ALUNO UNIVERSITÁRIO?

– No Brasil são aproximadamente 5 milhões de jovens que estão condenados a ignorância – sem estudos, sem trabalho, vivem a merce das drogas, prostituição, negócios ilícitos e criminalidade, muitos morrendo antes de completarem 25 anos. Outros 5 milhões chegam a concluir o ensino médio e muitos deles não conseguem emprego porque não existe mais trabalho para eles. – Outros, que representam 1% da juventude brasileira chegam ao ensino superior público enfrentando problemas e adversidades que devem ser enfrentadas não somente por eles, mas por toda a sociedade. Para exemplificar podemos citar o exemplo da UFBA. No ano de 2005 foram 40 mil jovens inscritos para o vestibular da UFBA. Somente 4 mil ingressaram. 36 mil ficaram fora do ensino publico superior federal na Bahia.
– Portanto, os estudantes enfrentam problemas anteriores ao ingresso e problemas que se apresentam posteriormente ao ingresso. Temos que considerar que dos estudantes que ingressam no ensino superior existem os que ingressam nas Instituições Superiores Públicas – federais e estaduais e, os estudantes das Instituições Superiores Privadas e Filantrópicas.

– Os estudantes das públicas enfrentam as seguintes dificuldades:
a) Procedência sócio-econômica-cultural – quando filhos da classe trabalhadora chegam na universidade com limites teóricos determinados pela condição concreta de vida e pela pobreza cultural em que muitas famílias vivem, sem acesso a bens culturais como – equipamentos comunicacionais, computacionais, viagens, livros, revistas, jornais de qualidade e diversificados, para além da mídia de massas. Quando são jovens trabalhadores enfrentam a dificuldades de horários para estudos e pesquisa e muitas vezes para concluir curso, vez que, os horários das disciplinas são marcadas de acordo com conveniência dos professores e não das necessidades dos estudantes. Falta nas universidades a assistência estudantil que significa alimentação, refeitórios, saúde, bolsas de estudo, transporte, lazer.
b) Faltam professores porque os investimentos nas IES públicas estão reduzidos e existem muitas vagas preenchidas por professores substitutos, precarizados, sem condições de exercer plenamente o magistério superior, muitas vez, sem direito a votar em absolutamente nada do que diz respeito à vida universitária.
c) Faltam condições objetivas nas IES publicas – bibliotecas, laboratórios, recursos para projetos e programas que integrem ensino-pesquisa-extensão, recursos para informatizar setores.
d) Outra dificuldade é a matriz cientifica e tecnológica que as universidades estão privilegiando para produzir conhecimento e influenciar a formação dos jovens. Prevalece, é hegemônica a matriz de perfil positivista, empírico-analítica, com menor proporção a matriz hermenêutica-fenomenológica nas áreas das humanas e agora, com muita evidencia a chamada matriz “pós-moderna” com suas teorias altamente limitantes para enfrentar o colapso do processo civilizatório, em função de sua baixíssima perspectiva revolucionária. Sem teoria revolucionária não existe prática revolucionária. Este é provavelmente é mais um dos grandes crimes morais que se comete contra a juventude, mantê-la longe do acesso a teorias revolucionárias.
– Os estudantes das IES particulares e filantrópicas além de enfrentarem os mesmos problemas das públicas têm um outro problema mais grave, poder aquisitivo para manter pagamento de mensalidades para estudarem. A capacidade do salário da classe trabalhadora não comporta pagar alimentação, moradia, transporte, educação, saúde, previdência, assistência, lazer, e outras necessidades humanas vitais. Temos que lembrar que a maioria do povo brasileiro vive de salário mínimo. Em função do limite do poder aquisitivo da classe trabalhadora que estrangulou a ganância de lucro das particulares é que o governo Lula implementou o PROUNI E – OUTRAS MEDIDAS QUE APROFUNDAM A PRIVATIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NO Brasil, o que é um crime político porque está destruindo a nossa possibilidade de construir um lastro nacional de ciência & tecnologia.
AS DIFICULADES NÃO SÃO SOMENTE DOS ALUNOS – SÃO DIFICULDADES DO NOSSO PAÍS QUE O LEVARÃO A DEPENDENCIA DAS POTENCIAS IMPERIALISTAS.

2) O QUE ESTÁ FALTANDO PARA O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO MINISTRAR UMA BOA AULA?

– Muitos professores ministram boas aulas, mas sem salários justos, sem condições objetivas de trabalho, sem lastro cultural dos alunos, sem condições de integrar ensino-pesquisa e extensão não existe AULA BOA. Não é o professor que determina se uma aula e boa ou não – são vários fatores que tem nexos entre si e que são historicamente determinados.

3) QUAIS OS PRINCIPAIS PROBLEMAS DA UNIVERSIDADE NA ATUALIDADE?

– Os principais problemas são:
1. Perda da autonomia financeira – medidas, procedimentos, programas estão privatizando a universidade submetendo-a as normas regras, lógica dos interesses do capital, do mercado, da burguesia e seus aliados.
2. Perda da autonomia de gestão – quem determina o que deve ou não ocorrer em termos de contratação de pessoal, patrimônio, diretrizes curriculares é o poder executivo e legislativo, o que significa submissão da universidade as políticas e programas de governo. Para verificar isto basta analisar os Planos de desenvolvimento Institucional das IFES. Eles incorporam a política de governo transformando a universidade em correia de transmissão do poder instituído no estado, ou seja, o poder da burguesia.
3. Perda da autonomia didática e cientifica com novos ordenamentos sobre fundações e a lei de inovação tecnológica. Analisem estes documentos e verifiquem o que acontece na universidade. Uma total submissão dos currículos e praticas a tais leis.
4. Perda de autonomia com a submissão da assessoria jurídica ao aparato do estado, eliminando das universidades do seu aparato jurídico.
5. Perda da autonomia com as parcerias público-privado que acentuam a perda da paridade, isonomia entre docentes, entre técnico-administrativos e ampliam a influencia do capital ditar rumos de pesquisas, currículos, projetos e programas no interior da Universidade.
6. Problemas em decorrência das péssimas condições do ensino básico no Brasil que está dificultando o letramento dos estudantes. Muitos chegam à universidade com sérias dificuldades e lacunas de conhecimentos, habilidades e competências.
7. Condições sócio-economica-cultural – quando filhos da classe trabalhadora chegam na universidade com limites teóricos determinados pela condição concreta de vida e pela pobreza cultural em que muitas famílias vivem, sem acesso a bens culturais como – equipamentos comunicacionais, computacionais, viagens, livros, revistas, jornais de qualidade e diversificados, para além da mídia de massas. Quando são jovens trabalhadores enfrentam a dificuldades de horários para estudos e pesquisa e muitas vezes para concluir curso, vez que, os horários das disciplinas são marcadas de acordo com conveniência dos professores e não das necessidades dos estudantes.
8. Problemas de pessoal docente e técnico-administrativos. Docentes com salários arrochados , sem condições dignas de trabalho e com constante ameaça da perda do regime jurídico único para contratação. Os técnico-administrativos vendo seus postos de serviço desaparecendo, sendo suas funções – segurança, laboratórios, contabilidade, etc. – terceirizadas, precarizadas, eliminadas, substituídas pelas fundações e outras empresas prestadoras de serviço.
9. As políticas compensatórias, focais, de caráter restrito sendo desenvolvidas nas universidades. Políticas de cotas, políticas de reserva de vagas, políticas de educação à distância, políticas de alivio a pobreza com segurança.
10. Substituição de regime de contratação – docentes são contratados de maneira precarizada – os substitutos e os técnicos administrativos são substituídos por empresas e fundações.
11. Condições objetivas de trabalho diferenciando-se as áreas dentro das universidades. As que cobram, privatizam são melhores equipadas, outras estão completamente sucateadas. Sem condições dignas de trabalho.
12.Perda da autonomia cientifica com a imposição de uma matriz cientifica & tecnológica e política – “alivio da pobreza com segurança” e a “nova governança mundial – centro-esquerda gerenciando os interesses do capital”.
13. REFORMA UNIVERSITÁRIA, ou contra reforma universitária do governo Lula. Medidas em separado que em seu conjunto significam o emprezariamento da educação a acentuação da mercadorização da educação, seguindo as intenções da Organização Mundial do Comercio que exige os serviços públicos privatizados, que exige a redefinição do papel do estado com a sua desresponsabilização de repartir renda através de serviços públicos de qualidade – educação, seguridade social – assistência, previdência, saúde – segurança, infra-estrutura, equidade no exercício do poder.
14. LEGISLAÇÃO – toda a nossa legislação educacional, projetos e programas de governo são determinados, gerenciados, monitorados pelas agencias internacionais. Isto decorre das relações internacionais do trabalho e das relações mundializadas do capital. Existe sim um PLANO MUNDIAL DE EDUCAÇÃO de interesse do capital. Já existem teses a respeito que merecem serem consideradas.

4) O QUE ESTÁ FALTANDO PARA O ALUNO UNIVERSITÁRIO TER UM BOM DESEMPENHO NO SEU CURSO?

– O desempenho do aluno – conhecimentos, habilidades competências globais cientificas, pedagógicas, técnicas, valores éticos e morais não se desenvolvem por si só, não dependem exclusivamente do aluno, não são um problema individual. São sim responsabilidades de uma política cultural, de lutas e resistências contra o neoliberalismo, contra a mundialização do capital, contra seus mediadores, que são as leis, as teorias e as praticas que se desenvolvem no modo de vida, no dia-a-dia.
– O problema tem que ser delimitado em uma matriz, tem que se identificada à lógica e as determinações históricas para que possamos dar respostas coletivas, com unidade teórico-metodológica e com determinação política para enfrentar o que for necessário o transformar o modo de se produzir à vida. Dar um basta ao modo do capital organizar a vida e partir para as experiências de caráter socialista.
Precisamos, no campo da Educação desenvolver teorias educacionais que superem as atuais explicações e que se traduzem em pedagogias reacionárias, como o são as pedagogias pós-modernas.

O DETALHAMENTO DESTAS POSIÇÕES AQUI RAPIDAMENTE EXPLICITADAS PODEM SER ENCONTRADAS EM TEXTOS NO SEGUINTE ENDEREÇO http://www.faced.ufba.rascunhodigital/ . Entrar em rascunho digital Celi Zulke Taffarel

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