A SOCIEDADE CRIMINÓGENA

– Nas palavras de GIORGIO DEL VECCHIO:

“O crime não é simplesmente um fato individual pelo qual deve responder, de modo exclusivo, seu autor, para repará-lo; é também – e precisamente nas formas mais graves e constantes – um fato social que revela desequilíbrios na estrutura da sociedade onde se produz. Em conseqüência, suscita problemas muito além da pena e da reparação devidas pelo criminoso”.

– Um senhor visivelmente descontente com a escolinha onde deixava o seu filho por algumas horas teve a grata felicidade de reparar que o garotinho de três anos estava adquirindo hábitos nocivos, os quais deixavam a mostra o fracasso do estabelecimento escolar na complementação da sua educação social. Preocupado, o pai retirou o garoto da escola. A criança ficará agora aos cuidados de uma babá analfabeta.

– Outrossim, o pai e a mãe trabalham na área industrial para garantir o sustento da família. Quando saem para o trabalho ainda é madrugada, a criança está dormindo e quando voltam a noite a criança já está dormindo. O que podemos esperar dessa criança na sua formação social?

– Por essa vertente, um pesquisador conviveu com uma família de miseráveis da periferia. Observou que a família era desajustada, desagregada e carenciada. Mãe analfabeta, pai morto por policiais por ter furtado uma garrafa de cachaça e um quilo de feijão, duas tias analfabetas (uma de 12 anos e a outra com 13 anos), ambas grávidas, as quais não sabiam quem era os respectivos pais. No local existiam mais três crianças (sobrinhos) órfãos e dois primos adultos. Todos viciados em entorpecentes. O pesquisador viu apenas miséria, alimentação precária, promiscuidade na mísera moradia de 22 m2, desemprego e subemprego. Perspectivas de futuro? zero.

– O descrito acima é apenas uma pontinha do iceberg. A situação social, moral e ética, não apenas das famílias pobres mas também da classe média, vêem se deteriorando a passos largos nas últimas décadas por contingência do modelo de vida criado pelo atual sistema capitalista predatório e altamente concentrador de rendas.

– Com o enfraquecimento gradativo do núcleo familiar, o qual em tempos passados conseguia proporcionar bons costumes e impunha limites para os jovens, o atual modelo está a produzir uma sociedade altamente criminógena, desumanizada, predadora do meio ambiente e de si mesma. As conseqüências já não estão mais no quadro da ficção. Basta ler o noticiário policial diário; observar os miseráveis agrupados nos semáforos das grandes cidades, onde a maioria são de crianças e adolescentes; observar o fracasso do sistema educacional e da saúde gerenciado por letrados chefes de governos; observar as toneladas de lixo devastando o meio ambiente e empurrando para a extinção milhares de espécies da flora e fauna do planeta; observar a falta de saneamento vergonhoso generalizado nas cidades, os quais produzem todo o tipo de doenças e contaminações diversas do lençol freático; ver as favelas carenciadas sem a presença do Estado. Todos esses fatores e muitos outros são algumas das causas que estão a fomentar a criminalidade e podem colocar em cheque o nosso curto período democrático.

– Nesse sentido, as autoridades, grande parte demagogas e corruptas, estão mais preocupadas com os efeitos purulentos produzidos pelo modelo capitalista segregador, o qual mantém, em muitos países, formas sutis de escravagismo. Elaboram leis e mais leis penais, ampliam a punição e as multas. Modernizam as cadeias para o empilhamento de seres humanos, nas quais esses excluídos jamais serão ressocializados, pois muitos os consideram uma espécie de subprodutos de uma sociedade capitalista moderna. Falam que está na hora de elaborar um novo código penal. Alguns defendem abertamente a pena de morte e outros a prisão perpétua. As autoridades não atinam, ou não querem atinar, que em outros países, com um ordenamento jurídico altamente severo, incluindo a cadeira elétrica, injeção letal e prisão perpétua sem chance de liberdade condicional, não conseguem debelar o aumento da criminalidade. Não atinam que nesses países de primeiro mundo a maioria dos condenados são latinos americanos, pretos e asiáticos. Só nos EUA existem mais de dois milhões de prisioneiros e mais alguns milhões sob algum tipo de controle de liberdade. Na prática um país dentro de outro país. O sistema prisional deles é um exemplo a ser seguido? Infelizmente já está sendo exportado para outros países.

– É sábio lembrar que na Idade Média o ordenamento jurídico em muitos casos determinava que o criminoso fosse esquartejado vivo ou torturado, durante dias, em praça pública, sendo que o povo era obrigado a assistir tudo por força de lei, com o objetivo de inibir o surgimento de novos crimes. Com um ordenamento jurídico desse porte os crimes diminuíram? Não, ao contrário, aumentaram cada vez mais para o desespero dos que detinham o poder. Tratavam apenas os efeitos com a aplicação do terror penal generalizado. Esse ordenamento jurídico medieval ajudou no surgimento da Escola Clássica que se preocupava mais com os efeitos. Ainda hoje, apesar do surgimento da Escola Positiva que preocupava-se mais com as causas da criminalidade, a legislação moderna continua voltada mais para os efeitos do que para com as causas geradoras dos crimes.

– E assim, já estamos fechando quase uma década da entrada do século XXI, as autoridades continuam tratando apenas dos efeitos, mas não querem ver as causas geradoras dos crimes. É uma hipocrisia estarrecedora e desconcertante, já que existem soluções reais para a eliminação das causas, mas esses remédios profiláticos pouco são debatidos e pouco se faz de concreto.

– Falam em modernizar o arcaico Código Penal de 1940. Nesse contexto deveriam de articular também um Código Preventivo Penal. Caberia ao Estado localizar as áreas suscetíveis que estão a gerar criminosos e tomar as medidas sociais justas e perfeitas. Isto seria aplicado para todas as classes sociais, pois a rica também gera criminosos através da corrupção crônica e pelo distanciamento dos pais para com os filhos. Eles (os pais ricos) geralmente estão mais preocupados em ganhar mais e mais dinheiro e manter o status, custe o que custar, do que achar um tempinho para estreitar os laços familiares, fortalecendo os valores sociais humanistas, estabelecendo limites para os seus filhinhos ricos e descompromissados, os quais muitos deles, no futuro, darão continuidade ao sistema vigente.

– Por essa vertente, a classe social mais abastada nos tem dado provas cabais do esfacelamento familiar. Alguns casos tiveram muita repercussão na mídia por serem membros da classe média alta. Vejam o caso da Suzane, a qual mandou o namorado matar os pais a pauladas; as pérfidas desavenças da família do político Antonio Carlos Magalhães (conhecido por seus detratores como Toninho Malvadeza) após a sua morte; o da menina Isabela defenestrada, a que tudo indica, pelo próprio pai; dos pedófilos ricos que podem tudo; dos menininhos ricos que atearam fogo e mataram o índio Gaudêncio na capital  do Brasil apenas para se divertirem etc. Punição? Sem comentários. As causas que originaram essa mentalidade criminosa? Pouco se fala, pouco se pesquisa.

– Quem ainda procura manter uma família dentro dos moldes da ético, da moralidade e dentro das poucas crenças religiosas sadias enfrenta grandes dificuldades para ter um convívio fraternal mais acentuado com os filhos, impondo os limites, os costumes e desenvolvendo as virtudes humanizadas em seus filhos. Poucos são os pais cônscios que tentam desde cedo lapidar as arestas da pedra bruta existente no âmago dos seus infantes. Além do mais, os pais enfrentam uma concorrência desleal, o sustentáculo do sistema capitalista gerador de novos e degradantes costumes: a mídia televisiva, vinte e quatro horas por dia assediando os imaturos jovenzinhos com seus programas fúteis de violência, novelas sensuais, para não dizer “putaria barata” e impondo a eles um consumismo desvairado, pois o capitalismo da Nova Ordem Mundial sobrevive apenas dessa maneira.


É bom que se saiba, que esses canais de televisão não passam de concessões públicas que dependem da renovação da licença pelo governo de período em período.


Nesse sentido há um certo receio, pois alguns estudiosos do assunto chegam a afirmar que a mídia televisiva é conhecida como o 1º poder. Quem são os donos? Se pesquisarem terão surpresas.

– Não é necessário ter uma bola de cristal para prever que o aumento da criminalidade fará com que a própria democracia mude. Em pouco tempo poderemos ver o surgimento de regimes de opressão e desta vez apenas de extrema direita. A democracia será apenas para o gozo de poucos que estarão isolados por barreiras repletas de seguranças fortemente armados e muros eletrificados para se protegerem das hordas de excluídos. Na prática já temos uma espécie de balcanização e um apartheid em andamento, pois os miseráveis de muitas periferias e favelas das grandes cidades já vivenciam um regime de terror, de abandono, de opressão e de genocídio sistemático dos seus próprios filhos gerenciado, sutilmente, pelo Estado que se diz democrático e social.

– Em suma, pelo exposto, e por muito mais, é necessário a criação de um programa de governo que esteja realmente voltado para as causas sociais, que determine a criação de uma legislação preventiva e programas sociais capazes   de extinguir os focos criminógenos endógenos e exógenos de todas as classes sociais. Um sistema que não fique atrelado apenas na impunidade dos criminosos  das classes sociais abastadas, no hipergarantismo de criminosos ricos, na repressão policial, judiciária criminal ou executiva penal, normalmente destinada às classes sociais mais baixas.

– Gosto de sonhar, embora o sonho fenece a cada dia que acordo e olho ao meu redor.

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TERRENOS LIMPOS – VITÓRIA DA CIDADANIA

– Uma pequena grande vitória da cidadania, pois os terrenos citados no artigo DENGUE EM BOA VISTA (06/05/2008) foram limpos pelos proprietários, ficando apenas os monturos para recolher, os quais esperamos que sejam recolhidos o mais rapidamente possível por motivos óbvios.

– O poder municipal, apesar da lentidão, tomou as providências necessárias, pois os munícipes do local fizeram a sua parte como cidadãos plenamente conscientes do perigo que os espreitavam.

– O Conselho Municipal do Meio Ambiente, apesar da demora, demonstrou sensibilidade e preocupação. Passou a exigir que a limpeza fosse realizada.

– A primeira observação após a limpeza foi á diminuição drástica da população de mosquitos do gênero Aedes. É obvio que havia criadouros de insetos e roedores nos locais a longos anos sem que fossem detectados pelos proprietários negligentes e Agentes de Saúde.

– Infelizmente em outras áreas da nossa pequena capital a situação não é idêntica a que temos agora em nossa pequena rua. Falta um pouco de tudo, além de estarem completamente alagadas. O que falta mesmo é cidadania para que os munícipes possam exigir as providências adequadas.

– Por outro lado, o poder público municipal deveria de atualizar a Lei Orgânica na parte ambiental, propondo medidas mais duras, inclusive com prisão e multas de grande valor para aqueles que dificultem a ação dos Agentes de Saúde e que, comprovadamente, estejam facilitando a disseminação de vírus da dengue em suas propriedades.

– Uma coisa é certa: a população tem que ser educada massivamente, de maneira que crie novos padrões éticos de valores, para desenvolver uma consciência ecológica ambiental correta. Deve de estar em constante vigilância e sincronizada com as autoridades municipais para a erradicação do Aedes aegypti, pois é a proteção da saúde e da vida de seus familiares que estão em jogo, e, obviamente, a dos próprios governantes, os quais não são incólumes ao vírus da dengue.

– Esta batalha foi ganha, mas a guerra ainda não e para que tenhamos mais vitórias, não podemos nos esquecer de que:

1. “Para que o mal triunfe basta que os homens de bem se omitam.” BURKE, Edmund (1729 – 1797), estadista e filósofo inglês.

2. “A mais revoltante certeza da impunidade da cultura brasileira é a dos políticos que desprezam a opinião pública e apostam na incapacidade de mobilização da sociedade civil e de sua articulação, a mídia e o sistema judiciário”. MARANHÃO, Jorge – publicitário, consultar, escritor, Mestre em Filosofia.


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NAVEGAR É PRECISO. AGIR AINDA MAIS

– Estamos chegando à encruzilhada definitiva. A perspectiva de uma nova era sem humanismo e holismo esta a aumentar na vida diária de milhares de pessoas. A sacralização do fútil, do imediatismo, do consumismo, do hedionismo e pragmatismo é uma realidade inquestionável. Os valores propalados não inspiram padrões éticos de valores. A vida de bilhões de pessoas está centrada no consumir vertiginosamente, no prazer imediatista sem responsabilidades, na conquista do poder, não importando os meios e as conseqüências. É dentro desse caos social que a família está deixando de ser família pelas alterações deletérias dos novos costumes, pelo capitalismo selvagem que afeta a ética e a moral dos núcleos familiares.

– É exatamente isto que estou vendo no contexto geral da sociedade na qual estou inserido. Aqueles que resistem, utilizam critérios de honra, cidadania, eticidade, muitas vezes, acabam sendo preteridos por aqueles que cultivam em suas almas a negação do holismo e do humanismo, mas fingem o contrário. Estes se cercam de pessoas da mesma índole, pois pensamentos semelhantes atraem pensamentos semelhantes. É a lei.

– Vejam as pessoas envolvidas no escândalo da pedofília em meu Estado. Famílias que vendiam seus próprios filhos e aliciavam outros infantes para algumas autoridades inseridas dentro do poder político e empresarial por dinheiro. Crianças filmadas e abusadas sexualmente por aqueles que deveriam de dar a formação moral e ética. Crianças deixadas ao léu em suas casas, cuja baba é eletrônica e as preparam para a sociedade moderna como se bem vê na maioria dos seriados, novelas e músicas fúteis da maioria das emissoras de TV e emissoras de radioacústico do nosso País. O resultado é o número assustador de crianças grávidas, exploradas, drogadas, muitas mortas ou abandonadas, do aumento exacerbado da delinqüência juvenil e do comércio nauseante da pedofilia. Crianças que não mais conhecem os limites, pois para a sociedade consumerista capitalista não pode existir limites. É a formação de um contingente humano de todas as classes sociais, principalmente os da classe mais abastada que irão governar e destruir os sonhos de uma sociedade mais holística e humanizada. É o processo de desumanização da humanidade imposto pela nova ordem mundial nas mãos de poucos e pela globalização alienante que produz muitos excluídos e poucos incluídos.

– Resistir é preciso, pois nada é para sempre. Estratégias são necessárias para se manter acessa a chama das virtudes nobres que elevam o ser humano e possibilitam a ascensão a um mundo ideal tão propalado pelos avatares de todos os tempos.

– Estamos na encruzilhada derradeira e dependerá da decisão de poucos trilharem ou não o verdadeiro caminho. Temos que decidir agora.

– E nunca nos esquecermos de que:

“Tudo o que nasceu vai morrer, tudo o que foi reunido será espalhado, tudo o que foi acumulado terá fim, tudo o que foi construído será derrubado, e o que esteve nas alturas será rebaixado”. Buda Siddharta Gautama

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MAIS UMA VEZ A PEDOFÍLIA

Pais e mães cuidem de seus filhos, o perigo está mais perto do que vocês imaginam e muitas vezes na forma inocente de um computador acoplado a Internet em sites de relacionamento como o Orkut. Até mesmo dentro de escolas e templos religiosos existem redes de pedofília.

– Algumas dessas redes milionárias de pedofília são desbaratadas. Hoje em Roraima, ocorreu várias prisões envolvendo pessoas que deveriam estar acima de qualquer suspeita e entre elas, empresários, um procurador do Estado e um oficial da Polícia Militar.

– A Policia Federal faz a sua parte de maneira correta e dentro da legalidade, mas algumas das nossas leis teriam que ser revistas, pois muitos desses entes demoníacos terão dezenas de advogados a disposição e em pouco tempo estarão livres para recomeçar tudo novamente e, obviamente, com cuidados redobrados.

– Uma coisa é certa: são pessoas desequilibradas, sem recuperação, e que teriam que ser monitoradas vinte e quatro por dia semelhante ao que ocorre nos EUA, mesmo quando em liberdade.

– Não consigo entender como que um homem possa sentir orgasmo tocando crianças, ou simplesmente estuprando crianças e algumas com poucos meses de vida. Serão mutantes? Bestas demoníacas em forma humana? Produtos de uma sociedade pobre de valores familiares, morais e éticos?

– O jornalista argentino Carlos Machado chegou a comentar que essas bestas humanas chegam a filmar cenas de sexo violento com crianças e vendem o produto por milhares de dólares.

– Quem são as pessoas que compram tais filmes? Serão pessoas da classe média alta? Serão funcionários públicos acima de qualquer suspeita? Quem são as crianças seviciadas e violentadas? Qual a classe social da maioria delas?

– A única forma de proteger nossos filhos é através da prevenção, da denúncia de suspeitos e um maior entrelaçamento amoroso entre pais, mães e filhos.

– Para concluir, conclamo os pais e mães que passam por este blog para que leiam a matéria do jornalista argentino Carlos Machado: ONDE ESTÁ O MEU FILHO? INFÂNCIA PROSTÍTUIDA e façam uma visita ao blog: DIGA NÃO À EROTIZAÇÃO INFANTIL.

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MAIS UMA VEZ A DENGUE

“Quem rasteja como um verme não pode se queixar de ser pisoteado”. (Ihering)

“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. (Nelson Mandela)


– É lastimável, mas a pandemia da dengue está relacionada diretamente com a educação das pessoas, com saúde ministrada no Brasil e com o vírus da corrupção. A combinação desses três fatores está a gerar todas as mazelas sociais e econômicas possíveis.

– A educação brasileira é uma das piores do mundo. Chega-se a oitava série do fundamental mal sabendo ler e escrever, quanto mais ter um pensamento crítico. Muitas escolas de ensino privado são apenas ligeiramente um pouco melhor do que a pública.

– A saúde evoluiu tecnologicamente nas últimas décadas, mas um séquito de profissionais mal preparados está a cometer todo o tipo de erros crassos. Parte desse aparato tecnológico não está disponível para as camadas sociais mais baixas da população, e, diga-se de passagem, até mesmo para quem paga regiamente um plano de saúde terá surpresas desagradáveis na hora da necessidade, não restando outro caminho, senão o da justiça.

– Para piorar a saúde dos brasileiros ricos e pobres, doenças antes erradicadas voltam com toda a força. Entre elas temos a dengue. É uma doença amplamente disseminada por quase todo o Brasil e está a gerar disfunções gravíssimas a nível econômico e social. Todos perdem, menos para um grupo de políticos que continuam auferindo poder e riquezas a custa do erário público e do povo. É o vírus da corrupção ceifando vidas e corrompendo almas.

– Convém deixar frisado que o governo municipal é o principal responsável pela prevenção e controle da dengue, até porque está mais intimamente ligado aos problemas educacionais e da saúde da população. O trabalho sempre é realizado em parceria com o governo estadual e federal, os quais além de destinar verbas para os programas de controle das endemias aos municípios, também participam com órgãos criados exclusivamente para este fim.

– Em Boa Vista muitos aspectos sobre a prevenção e controle cumprem perfeitamente o objetivo traçado, mas algumas falhas colocam em risco todo o trabalho. Em determinados pontos da cidade a presença do mosquito-da-dengue denunciam criadouros próximos e nada é feito ou feito com displicência. Mecejana é um dos bairros onde a presença desse inseto é uma constante.

– Eu, particularmente, todos os dias verifico a presença do Aedes aegypti em minha propriedade e todos os dias eu coleciono exemplares deste inseto, colocando-os em um tubo de ensaio a disposição de qualquer autoridade.

– Tais fatos já foram denunciados para o Conselho Municipal do Meio ambiente (CONSEMMA) e para o próprio prefeito a varias semanas, mas até o presente momento a situação só piorou com o aumento populacional diário do mosquito transmissor.

– A mídia boavistense vem denunciando, sistematicamente, o perigo que ronda a nossa pequena capital. A esperança é que as autoridades do município possam retirar lições dos acontecimentos nefastos oriundos de outras cidades, gerados pelo descaso, pela corrupção e pelo individualismo dos dirigentes eleitos com o voto popular, como por exemplo, a cidade do Rio de Janeiro, onde o distanciamento do governo para com o povo ficou bem nítido com a epidemia que contaminou milhares e centenas entraram em óbito, além dos prejuízos de ordem econômica.

– Por fim, as autoridades deveriam de entender que os prejuízos econômicos e sociais advindos de uma epidemia, que se avizinha, por falhas no sistema preventivo, na educação, na saúde, no declínio, serão incalculáveis para políticos, empresários e para o povo em geral.

– Que Deus nos ajude contra a ganância, a incompetência e negligência de tantos!

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– Hoje já está perfazendo 26 dias que o documento publicado neste blog com o título de “DENGUE EM BOA VISTA” foi entregue ao prefeito de Boa Vista e 22 dias para a presidenta do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COSEMMA). Alguns Agentes de Saúde fizeram uma limpeza parcial em um dos terrenos, após a denúncia verbal de minha parte a um deles, por ocasião de uma visita em minha residência. Infelizmente os terrenos continuam com mato e lixo. Continuo coletando mosquitos-da-dengue em minha propriedade e praticamente nada até agora foi feito. Conseqüentemente os moradores da rua e adjacências continuam correndo o risco de adquirir a doença gerada pelo desleixo de alguns. Os moradores continuam aguardando as providências das autoridades municipais.

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O FLAGELO DA DENGUE PELO DESCASO?

– Não restam mais dúvidas, as conseqüências das mudanças climáticas no planeta já se fazem sentir em todos os continentes. Uma das conseqüências é o favorecimento da disseminação de vírus e, entre os quais, temos um arbovírus, da família Flaviviridae, responsável pela dengue. Essa arbovirose é transmitida pelo Aedes aegypti, disseminado em centenas de cidades por todo o território nacional, sendo que a maioria das infestações ocorreram por desleixo federal, estadual, municipal, falta de participação efetiva de muitas instituições de ensino superior (IES) e do próprio povo.
– Convém observar que, a educação e a saúde, historicamente, não foram prioridades de vários governos republicanos, mas existem exceções.
– Em 1958 esse vetor foi controlado, a partir da cidade do Rio de Janeiro, graças a um programa governamental eficiente de combate ao mosquito-da-dengue para a erradicação da febre amarela, a qual, diga-se de passagem, também é transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes (Aedes aegypti e Aedes albopictus). Nesses tempos heróicos houve a participação de médicos sanitaristas de renome como Emílio Ribas e Osvaldo Cruz.
– A população do Rio de Janeiro e de diversas cidades brasileiras ficaram livres do culicídeo por longas décadas, mas a modernidade e muitos valores questionáveis fizeram ressuscitar doenças, antes erradicadas, com a volta triunfal do mosquito transmissor, agora com quatro sorotipos virais comprovados: DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4.
– A facilidade de transportes modernos, outrora feita com carroças, é também usufruída pelo mosquito. Temos hoje navios gigantescos, caminhões com carretas, ônibus, aeronaves, trens de cargas etc, levando, gratuitamente, o passageiro indesejável e dessa forma contribuindo com a disseminação nos grandes e médios centros urbanos.
– Com a urbanização desenfreada, serviços públicos totalmente falhos, ou paliativos e terrenos baldios transformados em verdadeiros chavascais permitem que o sonho de consumo do esperto mosquitinho urbano se transforme em uma realidade inquestionável. Esses terrenos baldios, bem como a aglomeração residencial urbana sem saneamento básico não passam de áreas nobres, uma espécie de “fast food”, “shopping center” e motéis para mosquitos.
– Nesses tempos modernos, o controle populacional do Aedes aegyti não é fácil. O uso de inseticidas ajuda a reduzir o número de fêmeas, desenvolve imunidade nos sobreviventes, além de não atingir os ovos desse inseto, também conhecido como pernilongo-rajado. Já os programas de combate não poderiam admitir meias medidas sob pena do fracasso, como se bem vê em várias cidades brasileiras.
– Para impedir a epidemia bastaria manter sob controle apenas um dos elementos da tríade: humano contaminado/vírus/mosquito. Para que isto verdadeiramente ocorra tem que haver vontade política, principalmente do governo municipal, pois é sábio lembrar que o Poder Público Municipal é o que está mais intimamente ligado às mazelas urbanas e com a tarefa precípua de solucioná-las adequadamente em consonância com as leis federais estaduais e municipais.
– Infelizmente, o que se percebe em muitas cidades, inclusive em Boa Vista, é uma quantidade de terrenos baldios repletos de monturo, consubstanciado com a falta de conscientização de muitas pessoas que, inconscientemente, trabalham em consonância com o mosquito-da-dengue. Além do mais, poder-se-ia fazer o seguinte questionamento: do que adiante o Agente de Saúde verificar as residências a procura de focos larvais, quando muitos desses terrenos baldios, em dissonância com a função social a que realmente deveriam se destinar, não passam de verdadeiros berçários do famigerado Aedes Aegypti e estão, pelo visto, incólumes das vistas dos Agentes de Saúde e autoridades sanitárias.
– Em suma, ou as autoridades tomam medidas enérgicas com medidas coercitivas, de acordo com cada caso, ou o flagelo da dengue e suas variantes estará a produzir um número incalculável de vitimas em várias cidades, incluindo Boa Vista. O melhor exemplo de descaso governamental gerado durante anos é a cidade do Rio de Janeiro, beirando mais de uma centena de óbitos e milhares de munícipes contaminados com o vírus. É o caos endêmico instalado pelo descaso, pelo individualismo e pelo vírus da corrupção. Muito diferente do tempo do presidente da República Rodrigues Alves, dos médicos Osvaldo Cruz e Emílio Ribas, todos do século passado, quando o mosquitinho Aedes aegyti foi erradicado.

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– Hoje já está perfazendo 17 dias que o documento publicado neste blog com o título de “DENGUE EM BOA VISTA” foi entregue ao prefeito de Boa Vista e 13 dias para a presidenta do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COSEMMA). Alguns Agentes de Saúde fizeram uma limpeza parcial em um dos terrenos, após a denúncia verbal de minha parte a um deles, por ocasião de uma visita em minha residência. Infelizmente os terrenos continuam com mato e lixo. Continuo coletando mosquitos-da-dengue em minha propriedade e praticamente nada até agora foi feito. Conseqüentemente os moradores da rua e adjacências continuam correndo o risco de adquirir a doença gerada pelo desleixo de alguns. Os moradores continuam aguardando as providências das autoridades municipais.

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DENGUE EM BOA VISTA

– Em 2002 eu e minha família contraímos o vírus da dengue e somos passiveis agora de contrairmos a dengue hemorrágica. As chances de ocorrer, infelizmente, estão a aumentar em Boa Vista com a chegada do inverno que promete ser rigoroso.

– As autoridades municipais e estaduais estão preocupadas com a possibilidade de ocorrer uma epidemia e, de acordo com o que é publicado na mídia, estão tomando as providências necessárias para que a situação não chegue ao ponto em que chegou a cidade do Rio de Janeiro por falta de atuação governamental.

– Acredito que a realidade seja um pouco diferente, pois em frente a minha residência, existe um terreno baldio enorme que vem a dez anos gerando conflito de vizinhança. Algumas pessoas, inconscientes do desastre que se aproxima, jogam lixo no local. Não é necessário ter uma bola de cristal para prever o futuro. É só deixar tudo como está.

– É exatamente isto que está ocorrendo, pois o respectivo terreno está cheio de lixo e mato e além do mais fica praticamente no centro de Boa Vista. É inacreditável que as autoridades municipais de outras gestões não tenham tomado as providências legais amparadas em legislação municipal, estadual e federal.

– Preocupado com a possibilidade de surgir casos de dengue no bairro onde resido, tomei a providência de encaminhar para o Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Boa Vista informações sobre a situação do local onde residimos, inclusive assinado por oito munícipes residentes próximos ao terreno baldio em questão.

– Para que fique registrado neste blog, reproduzo abaixo o teor do respectivo documento encaminhado para o Sr. Prefeito municipal no dia 5/5/2008.

– Espero que as providências legais, coercitivas ou não, sejam tomadas o mais rápido possível, antes que ocorram casos de dengue hemorrágica entre os nossos vizinhos e com possibilidades de ocorrer óbitos, principalmente entre crianças por serem as mais susceptíveis.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO DO MUNICÍPIO DE BOA VISTA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOA VISTA – ESTADO DE RORAIMA




– Munícipes residentes à Rua Cristóvão Coelho, entre a Av. Ataide Teive, Mário Homem de Mello e adjacências vêm, com proverbial respeito, à presença de Vossa Excelência para comunicar e solicitar às providências com a máxima urgência para os fatos a seguir aduzidos:

DOS FATOS

a) Na Rua Cristóvão Coelho, entre a Av. Ataíde Teive e Mário Homem de Mello existem dois terrenos, os quais não estão coadunando com a lei orgânica municipal, afetando a segurança, o sossego, a saúde dos proprietários contíguos, em desconformidade com a função social, a qual realmente deveriam se destinar. Um dos terrenos é baldio, sendo que sua localização fica entre a residência de nº 704 e o estabelecimento comercial Edir Bar Lanches. O outro terreno possui uma casa antiga de nº 311, localizado entre as residências de nº 663 e 635.

b) No ano de 2002 foi solicitado, diversas vezes por escrito, à prefeitura municipal para que fosse pressionado o proprietário do terreno baldio, com o intuito de forçar a devida profilaxia da área, pois a mesma possuía uma grande quantidade de lixo acumulado durante anos e várias carcaças de ônibus. A prefeitura, de acordo com um ofício recebido por um morador, julgou-se incapaz para a retirada das carcaças de ônibus, mas iria providenciar a limpeza. Infelizmente, pela demora da retirada do lixo e das respectivas sucatas de ônibus do terreno baldio, várias pessoas contraíram a dengue, pois o local estava, comprovadamente, infectado pelo mosquito transmissor da doença. A denúncia também foi matéria veiculada no jornal A Folha de Boa Vista. Após a disseminação da dengue, a limpeza forçada foi executada pelo proprietário, mas as carcaças de ônibus permaneceram no local.

c) Com a impossibilidade do Poder Público Municipal em solucionar o problema, que na época já perfazia mais de oito anos, a pedido dos moradores, houve a intervenção do Ministério Público, o qual prontamente conseguiu pressionar o proprietário para a retirada dos ônibus sucateados que, comprovadamente, serviam de berçários das larvas do Aedes aegypti. Até a retirada das sucatas passaram-se mais dois anos, perfazendo um total de dez anos. De qualquer maneira, foi uma vitória da cidadania e dos moradores das áreas adjacentes graças à magnífica intervenção do Ministério Público Estadual.

d) O terreno baldio permaneceu limpo por um bom período, mas com a falta de manutenção, e desinteresse do proprietário, algumas pessoas alheias ao esfacelamento ambiental global, egoístas, individualistas, sem condições de viverem em coletividade e com falta de princípios norteadores de cidadania estão a colocar lixo degradável e, o pior de todos os detritos, o lixo não degradável. Com o lixo acumulado, o aumento da população de insetos e roedores é praticamente inevitável.

e) Recentemente, no mês de março de 2008, algum desocupado, ou talvez possuidor de uma visão profilática frágil, colocou fogo no matagal da área, o qual trouxe perigo real e imediato para várias residências e principalmente para a residência de nº 704, já que o fogo estava a atingir o respectivo imóvel.

f) Convém frisar que, com o anunciado inverno rigoroso, os riscos irão aumentar consideravelmente, pois várias pessoas das áreas adjacentes foram contaminadas no ano de 2002 com o vírus da dengue (DEN 1). A partir deste fato, aqui registrado, existe a possibilidade de se contrair a forma mais cruel da doença, ou seja, a dengue hemorrágica, a qual poderá levar pessoas a óbito, e, entre as quais, as crianças por serem às mais vulneráveis.

g) De nada adiante o Agente Comunitário de Saúde visitar as residências adjacentes da área, com o intuito de verificar a existência de larvas do mosquito transmissor, pois o foco maior é exatamente o terreno baldio e o terreno em frente ao mesmo, os quais, pelo visto, não sensibilizou a autoridade designada pela poder público municipal de outras gestões municipais, para a fiscalização contínua e as devidas providências legais previstas em lei federal, estadual e municipal.

h) Outro fato agravante é que o morador da residência de nº 635 já coletou exemplares do mosquito adulto Aedes aegypti em sua propriedade, na data de 24/04/2008. Como o mosquito se desloca até aproximadamente 300 metros, é obvio que existe algum criadouro nas adjacências, o qual merece a devida atenção imediata das autoridades.

i) Fugit irreparabile tempus, para o saneamento preventivo intenso, pois o desastre da contaminação da DEN 1, DEN 2 e DEN 3 se avizinha com a possibilidade de ocorrer a disseminação da DEN 4, já que a mídia (Folha de Boa Vista – 31/03/2008) divulgou matéria da existência do vírus em Manaus e Venezuela.

DO FUNDAMENTO

– Tendo em vista os fatos expostos, passamos a expor, sucintamente, para a sua apreciação, alguns fundamentos legais relacionados com os riscos que os moradores da área crítica e adjacências estão sendo submetidos indevidamente.

– Nos termos da Constituição Federal, art. 225, caput é previsto, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

– A nossa Carta Magna ainda descreve o direito à saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CF, art. 196).

– Podemos também concluir que os direitos individuais não são mais considerados exclusividade do cidadão, mas apenas instrumentos para a realização do coletivo. O art. 5º, XXIII da CF/88 deixa o direito de propriedade atrelado a sua função social.

– Transcrevemos o artigo em questão:

“Art. 5º. Omissis.

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função

social;”

– O artigo 182, § 2º, da mesma Constituição, ressalta que a propriedade, na sua função social, deve atender exigências necessárias para a ordenação da cidade, as quais estiverem discriminadas num plano diretor.

– O art. 1.228, § 1º da Lei nº 10.406/2002 (Novo Código Civil) se refere ao direito à propriedade. Aduz que “de acordo com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”.

– Outrossim, as pesquisas cientificas confirmam que a dengue é uma moléstia polimorfa de caráter infecciosa aguda, com um quadro clinico variável, cuja transmissão é feita por contágio indireto por inoculação viral de um arbovírus do gênero flávirus da família Flaviridae, da qual esta comprovada a existência de quatro sorotipos virais: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A transmissão da dengue pode ocorrer através de vários mosquitos contaminados do gênero Aedes. No território brasileiro já esta comprovada à existência de duas categorias: Aedes aegypti e Aedes albopictus. A presença de espécies de Aedes contaminados pode gerar em humanos formas sintomáticas ou assintomáticas, que estará a causar em suas vítimas cefaléia, mialgia, artralgia e febre exantema com possiblidades, em caso de reinfecção, de ocorrer casos graves de febre hemorrágica, choque hipovolêmico e óbito. O grupo mais susceptível para as formas graves são os infantes com menos de 15 anos, embora possa ocorrer em todas as idades.

– É notório que a dengue e o Aedes aegypti estão instaladas nas cidades de quase todo o território nacional, principalmente nos grandes e médios centros urbanos. A falta de medidas preventivas está a provocar a deterioração da qualidade de vida e, principalmente da saúde das populações desses centros urbanos. Em algumas cidades existe o total fracasso do controle da população do gênero Aedes, principalmente por descaso municipal, bem como da própria população mal preparada para a devida profilaxia de suas propriedades. Como exemplo, temos a cidade do Rio de Janeiro envolvida em um quadro de epidemia explicita com milhares de contaminados e dezenas de óbitos. Em outras cidades, o quadro é oposto, pois esta ocorrendo à prevenção educativa através de medidas preventivas e até mesmo repressivas com a prisão de pessoas que não cooperam com as autoridades.

– O prejuízo é obvio. A saúde e o bem estar das pessoas vêm decaindo em progressão geométrica em muitas cidades brasileiras por descaso governamental, consubstanciado com atitudes ignaras do próprio povo.

– O código de Posturas da Comarca de Boa Vista, em seu Art. 136, é enfático quando faz a explanação de se evitar que os terrenos baldios existentes causem transtornos aos munícipes em razão de ser responsabilidade do proprietário a sua limpeza e manutenção, de forma a mantê-los livres de quaisquer materiais nocivos à saúde dos vizinhos limítrofes e da coletividade em geral.

– Transcrevemos o supracitado artigo:

Art. 136. Os terrenos situados na área urbana deste Município deverão ser mantidos limpos, capinados e isentos de quaisquer matérias nocivas à saúde da vizinhança e da coletividade.

§ 1º. A limpeza de terrenos deverá ser realizada pelo menos duas vezes por ano.

– Em 1974, a Lei nº 18/74 de 21 de agosto de 1974, deixava visível a preocupação com o lixo que poderia ser depositado em terrenos baldios da capital:

Art. 137 – É proibido depositar ou descarregar qualquer espécie de lixo, inclusive resíduos industriais, em terrenos localizados nas áreas urbanas e de expansão deste Município, mesmo que os referidos terrenos não estejam devidamente fechados.

§ 2º – O infrator incorrerá em multa, dobrada na reincidência.

§ 3º – A multa será aplicada, pela mesma infração e idêntico valor, a quem determinar o transporte e depósito de lixo ou resíduos e ao proprietário de veículo no qual for realizado o transporte.

– Do exposto, fica obvio a inobservância de normas de proteção à saúde pública pelos proprietários que não se preocupam com a limpeza e de algumas pessoas ignaras que insistem em jogar lixo nos dois terrenos supracitados.

– Muito terá que ser feito para educar o povo, onde a maioria não tem a consciência exata da dimensão do perigo eminente.

– Enfim, não resta a menor dúvida: existe a necessária intervenção do poder municipal, com a finalidade precípua de que sejam evitados maiores riscos ao bem-estar e à saúde, inclusive com possibilidade de que ocorram óbitos de munícipes das áreas críticas e adjacências por reinfecção através do gênero Aedes.

DO PEDIDO

É sábio lembrar que o Poder Público Municipal é o que está mais intimamente ligado aos problemas urbanos e com a tarefa precípua de solucioná-los adequadamente em consonância com as leis federais e municipais.

– Isto posto, e sem logomaquia, solicitamos e sugerimos o seguinte:

a) as providências com a máxima urgência por parte do poder público municipal através das secretárias responsáveis pela saúde, controle ambiental e órgãos correlatos, com a finalidade precípua, de que sejam tomadas as medidas profiláticas e a devida limpeza dos dois terrenos, por meios legais coercitivos ou não, para que sejam preservados o bem-estar e a saúde dos munícipes neste pequeno recanto da urbe, bem como a retomada da função social das propriedades em questão, mesmo contra a vontade dos proprietários, pois, infelizmente, muitos visam apenas à especulação imobiliária.

b) Tendo em vista a possibilidade eminente de que a situação se agrave, sugerimos que seja feita uma relação dos terrenos baldios, não apenas dos terrenos supracitados, mas de todos os terrenos baldios da nossa cidade, bem como o controle da limpeza dos mesmos, já que muitos deles, a décadas, estão contrariando a verdadeira função social. Estão a adversar o Direito de Vizinhança, bem como as normas pertinentes à Vigilância Sanitária prescrita em lei federal, estadual e municipal.

Boa Vista, Roraima, 23 de abril de 2008.

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ARTIGOS INTERESSANTES PUBLICADOS

«Estamos a viver num mundo onde ninguém é livre, no qual dificilmente alguém está seguro, sendo quase impossível ser honesto e permanecer vivo.»
George Orwell, The Road to Wigan Pier


– Muitos blogs estão publicando artigos sobre a situação fundiária de Roraima. Muitas pessoas com senso de cidadania, nacionalismo, experiência, cultura e conhecimento já alertaram sobre a gravíssima situação deste Estado Federativo. A rede oficial midiática televisiva e escrita pouco tem publicado sobre a questão, mas o circo dos programas alienantes se intensificam e entorpecem o povo fragilizado, o que me faz lembrar do controle exercido sobre a população pelo
BIG BROTHER do livro Nineteen Eigthy Four (1984) do escritor inglês George Orwell falecido em 1950.

– Abaixo deixo algumas indicações de artigos que já foram publicados por outros blogs e sites. Seria interessante recordá-los e comparar com a atual situação.

– Boletim Especial – Soberania Nacional
-Carta de Roraima
-Carta aberta ao povo brasileiro
– Maçonaria solta o bode na Sala da Justiça e no Quartel
-Perdemos Roraima?
Rio de sangue em Roraima?
Raposa Serra do Sol 2 – Relatório mostra que Exército tem de pedir autorização para entrar em reserva
Maçonaria paulista defende general Heleno
-General diz que política indigenista do governo é um caos e alerta para risco à soberania
-Ausência do Estado é ameaça para Amazônia, diz general
– Declaração Universal causará prejuízos ao Brasil


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A RESPONSABILIDADE SOCIAL UNIVERSITÁRIA, UMA SAÍDA PARA A MÁ QUALIDADE

– A poucos meses um menino de oito anos conseguiu aprovação em uma universidade privada de Goiânia. Super dotado? Nem tanto. Existem exemplos comprovados de universitários, que possuem dificuldades de interpretação de simples textos, leitura e demonstram ainda a falta de domínio na escrita. Eles fizeram o exame seletivo em Instituições de Ensino Superior (IES) e, apesar do alto grau de deficiências, muitos foram aprovados. As conseqüências nefastas vão surgindo após o término do curso. Na área do Direito, a OAB denunciou em 2007 a péssima qualidade de ensino jurídico no País, em parte pela proliferação de faculdades de Direito que chegavam a 1.077 estabelecimentos. Na área da Saúde os erros crassos mostram a deficiência de muitos enfermeiros e médicos mal preparados para o mercado. Em outros cursos universitários a situação não é melhor.

– É perfeitamente compreensível da necessidade de se manter uma boa saúde financeira em uma Instituição Ensino Superior (IES), mas a acumulação descabida de capital gerada pela comercialização de serviços educacionais não deveria de ser o fim máximo. O lucro exacerbado de muitas Instituições de Ensino Superior (IES), alunos oriundos de um péssimo Ensino Médio fracassado, corrupção acentuada, valores sociais em baixa, professores mal preparados e com baixos salários deixam transparecer uma realidade perigosa para o futuro de uma Nação e dos próprios universitários.

– A correção desses vícios enraizados irá levar décadas para serem erradicados e dependerá de muita vontade política para a condução da educação que, infelizmente, não foi o ponto forte da tríade governamental Collor/FHC/Lula e isto sem falar de outros governos. Foram décadas perdidas.

– Uma alternativa essencial para ocorrer mudanças expressivas seria fortalecer a discussão da Responsabilidade Social Universitária (RSU). A Responsabilidade Social Universitária corretamente aplicada trará novos ares não somente aos ambientes universitários predatórios e mercantilistas, mas a todos aqueles abertos às mudanças essenciais educacionais de extrema necessidade. (Calderón, 2000).

– O término de uma faculdade nos dias atuais já não significa mais a garantia de um bom futuro financeiro e neste sentido as Instituições de Ensino Superior (IES) deveriam de proporcionar mudanças drásticas na condução do curso escolhido pelo acadêmico, pois o sucesso financeiro e profissional dele estará atrelado ao caráter, a criatividade, a motivação e, principalmente, a persistência. Essas características também formam a base para a formação de lideranças éticas e responsáveis que irão influenciar no desenvolvimento de uma sociedade mais humanizada e holística. Quantas universidades estarão realmente preparadas para transmitir tais características? Poucas, isto sendo otimista.

– Nesse sentido, a Responsabilidade Social Universitária (RSU), poderá transmitir valores essenciais para o aprendizado do acadêmico mediante a observação e experiência própria. Os universitários seriam incitados a pensar por si mesmos, teriam condições de fortalecer os seus ideais e teriam condições de descobrir a realidade de um mundo que possui mais de um bilhão de seres humanos miseráveis, sendo que mais de 815 milhões são pessoas desnutridas, além de outros horrores dignos dos filmes de ficção. Vejam que esses números estão a crescer em todo o planeta a cada minuto.

– Para o ilustre corifeu François Vallaeys (2006),

a Responsabilidade Social Universitária exige, a partir de uma visão holística, a articulação das diversas partes da instituição, em um projeto de promoção social de princípios éticos eqüitativos e sustentável, com vistas à produção e transmissão de saberes responsáveis e à formação de profissionais cidadãos igualmente responsáveis.

– Partindo do pensamento acima, a participação dos acadêmicos junto à indústria, agricultura e educação da região em que a IES estiver localizada seria fator primordial para a pesquisa, além de possibilitar articulações de projetos sociais junto ao povo de periferia para a solução de diversos problemas sociais que os afligem e o aprimoramento de um desenvolvimento sustentável, mas para isto teria que haver interesse do Estado em participar ativamente. Vejam o desinteresse de várias instituições universitárias do Rio de Janeiro e do próprio governo no controle do vírus da Dengue. Essas instituições universitárias poderiam ter criado atividades acadêmicas que estariam lidando com os desafios ou problemas enfrentados pela sociedade de periferia, onde concentra grande parte dos excluídos. Infelizmente, no momento político e social em que estamos imersos a décadas, para muitos acadêmicos universitários, o sucesso no mundo empresarial e pessoal esta atrelado ao suborno e praticas de atos corruptos. Esse pensamento paradigmático falho tem que ser mudado, pois as conseqüências são visíveis em todos os quadrantes do País.

– Essa maneira de pensar de muitos profissionais oriundos de um ensino superior falho, enfraquece a Nação e a população fica imersa em um eterno senso comum imposto por grupos corruptos e midiáticos. Surge até mesmo a possibilidade de fragmentação da Nação, com o surgimento de Novas Nações, principalmente no Norte do País. Vejam que, de acordo com uma pesquisa, em torno de 98% da população viu ou escutou, via midiática, algo sobre o caso da menina Isabela, provavelmente morta pelos seus pais, mas desconhece a pérfida situação social e política imposta para os índios e não índios da Serra Raposa do Sol, encravada no Estado de Roraima e de outras áreas da Amazônia brasileira sujeitas a se transformarem em novas nações independentes para o deleite de muitos países do primeiro mundo.

– Por tudo isto, deveria de se manter um controle mais acentuado na abertura e qualidade de ensino das novas faculdades, uma seleção mais rígida para que se evite que meninos e meninas que ainda estão cursando o fundamental passem nos exames e que tenhamos universitários sem senso critico, que lêem e escrevam parcamente, como se observa em muitas instituições de ensino, incluindo as de nível médio e fundamental. As IES privadas (em torno de 89,83%)1 e as poucas IES públicas (em torno de 10,17%), por sua vez, deveriam de articular medidas diretas proporcionadas pela Responsabilidade Social Universitária com ênfase na dignidade, na liberdade, na integridade, na dimensão social, no bem comum e eqüidade social, no desenvolvimento sustentável, na aceitação e apreço a diversidade, na sociabilidade e solidariedade, na cidadania, na democracia e participação. Tudo isto atrelado à aplicação da transdisciplinariedade para a formação dos novos alicerces na universidade. Somente assim, pela correta educação universitária, é que se poderá gerar lideres dignos, capazes de salvaguardar os interesses de soberania nacional, erradicação de graves problemas sociais, além de preparar adequadamente o futuro profissional do século XXI para um mundo dividido entre os poucos que tem tudo e a grande maioria que não tem nada.

1 – Segundo informações contidas no Informativo nº 136 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-INEP, órgão do MEC, de 24/5/2006, o país tinha 2.381 IES. Desse total as IES privadas correspondiam a 89,83%. As 10,17% restantes eram IES públicas. É um número assustador, pois praticamente a universidade pública está desaparecendo, além da má qualidade de muitos cursos. O Banco Mundial ministrou e a lição de casa foi bem feita.

CALDERON, Adolfo Ignacio. Universidades mercantis: a institucionalização do mercadouniversitário em questão. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, 2000.

– VALLAEYS, François. Que significa responsabilidade social universitária?. Estudos, Brasília, DF, ano 24, mar. 2006.

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“A era que virá há de nos mostrar o caos por detrás da lei” (J. A. Wheeler).

“O enfraquecimento de uma percepção global leva ao enfraquecimento do senso de responsabilidade – cada um tende a ser responsável apenas por sua tarefa especializada –, bem como ao enfraquecimento da solidariedade – ninguém mais preserva seu elo orgânico com a cidade e seus concidadãos” (Edgar Morin).


“Não se ensinam os homens a serem homens honestos, mas ensina-se tudo o mais” (Pascal).

“Queremos ser os poetas de nossa própria vida, e, primeiro, nas menores coisas” (Nietzsche).

“O aprendizado da vida deve dar consciência de que a “verdadeira vida”, para usar a expressão de Rimbaud, não está tanto nas necessidades utilitárias – às quais ninguém consegue escapar –, mas na plenitude de si e na qualidade poética da existência, porque viver exige, de cada um, lucidez e compreensão ao mesmo tempo, e, mais amplamente, a mobilização de todas as aptidões humanas” (Edgar Morin).

“A EDUCAÇÃO deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão. Um cidadão é definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade em relação a sua pátria. O que supõe nele o enraizamento de sua identidade nacional” (Edgar Morin).


” A transdisciplinariedade é uma transgressão da dualidade que opõe os pares binários: sujeito/objeto, subjetividade/objetividade, matéria/consciência, natureza/divino, simplicidade/complexidade, reducionismo/holismo, diversidade/unidade” (Nicolescu).


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O APARTHEID NA SERRA RAPOSA DO SOL. A QUEM INTERESSA?

“Não se revoltarão enquanto não tiverem consciência; não terão consciência
enquanto não se revoltarem” – George Orwell – “1984”


– SOBRE A RESERVA DA INSENSATEZ, publicada na Edição. 2058 da revista Veja, de 30 de abril de 2008.
– A reportagem poderia ter se aprofundado bem mais, já que uma série de coincidências e interesses manipulados estão a colocar em cheque a soberania do Brasil na Amazônia.
– Serra Raposa do Sol é a “bola da vez”, localizada no (ainda), Estado de Roraima. A reserva é uma área riquíssima em minérios nobres para tecnologia de ponta e terras de qualidade superior para agricultura, que por acaso(?), fazem parte da nova reserva indígena, homologada pelo governo Lula em área de fronteira. Se pesquisarmos um pouquinho mais veremos que a própria Constituição Federal foi maculada em vários artigos. Uma coisa é certa: ou a República brasileira acorda para a realidade dos interesses nebulosos de muitas ONGs estrangeiras e organizações religiosas duvidosas ou, em pouco tempo, a República poderá ter surpresas desagradáveis com o surgimento de novas nações.
– Na Raposa Serra do Sol a realidade que está a ser oculta da Nação brasileira é índios contra índios, brancos miscigenados contra índios, índios contra brancos miscigenados, famílias separadas pela segregação racial, pois uma branca miscigenada casada com um índio será expulsa com os seus filhos, se os tiver, da nova reserva. Inúmeras humilhações estão a ocorrer contra os índios contrários à homologação em área contínua e contra os brancos miscigenados que ocupavam legalmente pequenos trechos da área em questão a dezenas de anos, algumas propriedades a mais de século. Muitos brasileiros miscigenados já foram expurgados, alguns receberam uma indenização pífia, não passam de miseráveis relegados ao léu.
– Alguns brancos miscigenados resistem heroicamente, não aceitam o apartheid de segregação racial imposto e o confisco de um patrimônio conseguido com muito suor e dentro da legalidade das leis brasileiras.
– A quem realmente interessa tudo isto? Por qual razão a mídia, considerada por alguns como o primeiro poder, não procura romper com o senso comum imposto e passe a mostrar o que realmente esta sendo ocultado, por interesses desprezíveis de maus brasileiros e estrangeiros, nesta questão vital para a soberania nacional.

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